Superficial e atual Não sei se a intenção de Baz Luhrmann foi - TopicsExpress



          

Superficial e atual Não sei se a intenção de Baz Luhrmann foi intencional ou não, acho que não, mas a sua versão de “O Grande Gatsby” é tão superficial quanto o momento histórico e social que Scott Fitzgerald quis retratar na sua obra homônima. O livro é uma crítica ácida à sociedade estadunidense do início dos anos 1920. O consumo exacerbado, a futilidade e o total desprezo pelo ser humano são captados pelo olhar perspicaz de Nick Carraway. Carroway é interpretado por Tobey Maguire, que parece representar sempre o eterno homem aranha. O personagem no filme é um deslumbrado pela sociedade nova-iorquina do início do século passado, bem diferente da figura criada por Fitzgerald. Quem leu o livro perceberá que entre 80 a 90% dos diálogos da obra estão na película, entretanto, falta o essencial. O livro é narrado no ritmo do jazz e no filme existem lampejos da música, como "Rhapsody in Blue", de George Gershwin, que serviu de escape para a década seguinte. Muitos me chamarão de purista, mas trocar a Original Dixieland Jass Band, Jelly Roll Morton, King Oliver, Sidney Bechet, Louis Armstrong, Bix Beiderbecke, Fats Waller e Fletcher Henderson por Jay Z, Byoncé, Fergie, Lana Del Rey entre outros para mim é uma heresia. Os problemas não param por aí, além da fraca atuação de Maguire, o diretor conseguiu fazer Leonardo de Caprio, no papel de Jay Gatsby, voltar a ser o antigo canastrão do início da carreira. E para encerrar o “gran finale” é contraditório e tenta passar uma imagem favorável do ser humano, bem típica do cinema hollywoodiano. A única coisa que vale a pena é a beleza nada discreta da britânica Carey Mulligan, como Daisy Buchanan. Muito melhor ver a versão de 1974 de Jack Clayton, com roteiro de, ninguém menos, Francis Ford Coppola e com Robert Redford como protagonista, além da trilha do lendário Nelson Riddle
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 03:15:07 +0000

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