Sustentabilidade do défice e da dívida pública (II) A razão pela qual estes limites foram 3% para o défice e 60% para a dívida foi o facto de a União Europeia ter previsto que os países iriam crescer em média 3% e ter uma taxa de inflação de 2%. A seguinte fórmula é importante : variação de b(t)=d(t)-n(t)b(t). B(t) - variação de dívida pública D(t) - défice público N(t) - crescimento pib nominal Ou seja, se o pib real cresce 3% e a inflação é 2% então o pib nominal cresce 5%. Se queremos que o variação da dívida seja 0 (sendo esta 60%), o défice público tem de ser 3%. d(t)=0.05x60 (=) 3%. No entanto este raciocínio tem vários problemas, se o crescimento do pib nominal for inferior, o défice existente para a variação da dívida pública ser 0 tem de ser inferior a 3% (o mesmo acontecerá se o stock de dívida pública for inferior a 60%). No caso Português este problema é notório, apenas no ano 2000 o crescimento do PIB real foi superior a 3%, ou seja , mesmo que em todos os anos o nosso défice público fosse de 3% (limite previsto no pacto de estabilidade e crescimento), o rácio de dívida pública continuaria a subir. Essa situação ainda é mais grave desde 2011 quando foi assinado o memorando de entendimento com a troika, isto porque com o PIB nominal a decrescer, mesmo que o défice público seja nulo, o rácio da dívida pública continuará a aumentar.
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 20:00:00 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015