TRILATERAL Antes de tudo, temos que responder uma pergunta. A - TopicsExpress



          

TRILATERAL Antes de tudo, temos que responder uma pergunta. A nossa sociedade está regulada por quota ou por casta? Parece estranho, não é? Respondendo a pergunta, uma sociedade por castas está restrita a um vício de origem. A pessoa que nasce numa determinada casta não poderá ascender à outra que lhe seja superior. Na Índia é um procedimento milenar, mas será que por aqui fazemos o mesmo? Acreditamos, por muito tempo, que nossas diferenças sociais são, basicamente, de ordem econômica. Mas, se pensarmos bem, este é só um aspecto, importante, sem dúvida, entretanto, não é tudo. O homem pode ser compreendido em seus três atributos. O ser, a família e o grupo social. Podemos até fazer uma analogia entre estas três condições e as divisões geográficas, virtuais, em nosso país. Assim, temos o município que representará o individuo, com seus limites entre outros municípios, o estado que faz às vezes do indivíduo dentro do contexto familiar com suas divisas e, por fim, o país que, nesta analogia, fará o papel do indivíduo imerso na sociedade, com suas fronteiras. Assim, todos nós temos limites como indivíduos, divisas entre famílias e fronteiras como sociedade. Sem esta classificação, será muito complicado entender o ser humano diante das dificuldades que o sistema lhe impõe atualmente. Voltando as castas, quem nasce pobre é impedido de ascensão de todas as maneiras. A começar pela insalubridade, passando pela baixa escolaridade e poucas ofertas de emprego, ou, até mesmo, nenhuma oferta, como nos casos daqueles que poderiam ser catalogados como párias, sem nenhuma escolaridade, aptos apenas, quando a saúde precária lhes permite, para os trabalhos braçais. Assim, alcançar uma casta superior a sua, é um luta insana e, mesmo quando isto for possível, estará o indivíduo sujeito àquelas linhas divisórias imaginárias de pessoa, família e sociedade. Embora estejamos hoje numa mescla de sociedade agrária, industrial e pós-moderna, ainda que não esteja muito claro onde termina uma e começam as outras, mas a viga-mestra do processo está sempre lá e tem o ranço da perenidade. Tudo começou com o selvagem que lutava a todo o momento pela sobrevivência, quando se agrupa, e se transforma num bugre, ainda faz uso da mesma regra praticada no tempo em que não havia nem mesmo linguagem e ele estava por sua conta e risco: a lei do mais forte. Pois bem, até hoje é esta mesma lei que está em vigor. Só que agora, o mais forte é o Estado, um predador voraz. As pessoas já não agüentam mais este procedimento, o limite do homem-município foi destroçado, e o homem-estado sofre as conseqüências dentro do âmbito familiar, restando ao homem-país lutar contra esta situação insustentável. Sem entender estas três posições, que o ser humano adota, é muito difícil entender o porquê de um mundo tão convulsionado. Os “filtros” sociais (educação continuada até a aposentadoria, saúde, mobilidade, moradia e intermediários), praticados pelo mais forte, já não dão conta de manter a estabilidade artificial das relações interpessoais. Estes “filtros”, principalmente a educação, estabelecem pequenas movimentações de classes sociais, quase em conta-gotas, à custa de muito sacrifício do postulante e sem garantias de sucesso. Entretanto, para os mais fortes e sua descendência, as linhas de acesso são como capitanias hereditárias, portanto, sem a necessidade de dar explicação alguma de seus privilégios aos que não pertencem a sua casta. A impunidade dentro do poder é a sua lei pétrea, indestrutível. Por isto é que vemos esta movimentação que prega uma acefalia política e que se desdobra em variadas reivindicações. O Estado é como a Medusa (que, curiosamente, quer dizer: guardião) da mitologia grega, corta-se uma serpente das muitas em sua cabeça, que fazem às vezes de cabeleira e, imediatamente surgem outras em seu lugar, tão venenosas quanto a que foi decepada. Acho que os mais jovens, a grande massa que procura enfrentar este estado de coisas, está ali pelo simples fato de que não conseguem vislumbrar o seu lugar neste caos, personificando, com muita propriedade, o herói Perseu, usando um escudo muito polido, nada mais que um espelho, para mostrar ao Estado a sua verdadeira face, e então poder, de um certeiro golpe, arrancar sua cabeça. “Post scriptum” Apenas mais uma pequena informação. Sobre Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação . Capilé é um xarope artificial, que arremeda o sabor de frutas e, para ser ingerido, tem que ser diluído em água. Portanto, não oferece nenhum valor nutritivo, sendo apenas uma opção de mercado, nada mais que isto. Pra quem entendeu o recado, oportunismo, essa é a palavra. Fonte: veja.abril.br/noticia/brasil/o-ninja-do-pt Rio, 17 de agosto de 2013
Posted on: Sat, 17 Aug 2013 20:06:13 +0000

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