TRÊS SISTEMAS DIFERENTES, UMA MESMA CASTA PREVILIGIADA Para Marx, - TopicsExpress



          

TRÊS SISTEMAS DIFERENTES, UMA MESMA CASTA PREVILIGIADA Para Marx, era a luta de classes, o motor contraditório, que impulsiona as sociedades para novos sistemas sociais e políticos mais avançados. No seu climax, esta evolução produziria uma sociedade sem classes, e comunista. Nesta lógica, segundo Lenine a classe operária teria de possuir a sua vanguarda, consubstanciada num partido operário, formado por uma élite revolucionária, que conduzisse o processo da tomada do poder. Após, a conquista do aparelho de Estado, este núcleo duro, deveria instaurar um regime socialista que controlasse o poder e os meios de produção, transformando gradualmente a sociedade de socialista em comunista. De cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades. Eduard Bernstein, pelo contrário, politica teórico alemão revisionista da primeira metade do seculo XX, tinha como um dos argumentos teóricos fundamentais, que esse motor contraditório, que impulsiona as sociedades, em direcção a novos sistemas sociais e políticos, seria a evolução tecnológica da sociedade. Seriam, as alterações sociais induzidas, por alterações dramáticas nas relações de produção e nas formas de produzir. A revolução produtiva, com o consequente aumento da capacidade de produzir riqueza e de satisfazer as necessidades humanas, forçaria as sociedades, a adoptar gradualmente formas societárias, mais distributivas e mais democráticas. A melhoria generalizada das condições de vida, proporcionada pelos avanços tecnológicos de todos conduziria, á massificação da classe média, e em consequência a regimes democráticos perenes. Adam Smith, defendia que, a economia e a riqueza das nações, era comandada por “uma mão invisível”, que seria a vontade, a iniciativa e o trabalho individual, de cada um dos intervenientes no mercado, agindo sem o saber de um modo colectivo, que impulsionaria a produtividade e a evolução tecnológica da sociedade, tornando-a mais rica e eficiente. A forma de governo, imanaria dessa aristocracia económica, e seria igualmente e naturalmente democrática. Estamos, na segunda década do seculo XXI; A evolução das sociedades e das nações, durante este período, testou indubitavelmente a validade destas teorias; mais, cimentou certezas, destruiu utopismos, inclinou o pensamento para novos devires. O determinismo societário de Marx, serviu de base à instauração de uma série de regimes ditos “socialistas”, pois em princípio socializavam a economia, e colocavam-na ao serviço das populações. A instauração desses regimes, pouco teve a ver com luta de classes, embora nalguns aspectos assim parecesse. Não digo que na sua génese, não tenha existido luta de classes, o que digo é que o processo decisivo para a sua instauração, foram sim decisivos, sectores da sociedade, que dizendo-se representantes dos grupos sociais mais carenciados, se aproveitaram de contextos históricos favoráveis para tomar conta do poder, normalmente pela via de golpe de estado; ou através de movimentos de libertação contra o colonialismo, que foram dirigidos por sectores “socialistas”, através de luta de guerrilha e guerra civil; ou no rescaldo, da segunda grande guerra, com a partilha de zonas de influência. O resultado disto, foi a formação de regimes altamente centralizados num Estado Central, inicialmente autointitulados ditaduras das classes mais pobres, mas na verdade, embriões de uma nova classe, toda-poderosa, burocrática, privilegiada, exploradora e fechada sobre si própria. Senhora, de um poder politico e económico ilimitado, pois completamente incontrolado, pelos restantes sectores da sociedade. Tão fechadas e herméticas (ainda hoje, temos o exemplo presente da Coreia do Norte), que a maior parte implodiu, sob o peso da sua incompetência e falta de capacidade de renovação. E quanto á sociais-democracias europeias, cujas teorias revisionistas de Bernstein. serviram para fundamentar? Se fizermos um mapa mental, de como elas evoluíram, no período pós-guerra até á actualidade, verificaremos facilmente, quais conservaram as suas características democráticas, e quais evoluíram para Estados carregados de élites privilegiadas, normalmente conluiadas com os grandes interesses financeiros económicos nacionais e internacionais. A tendência geral foi a constituição de élites políticas, estreitamente interligadas com os grandes interesses económico-financeiros. Na realidade, o que, a maioria dos países ocidentais possuem, é uma classe ou casta, de burocratas e políticos privilegiados, instalados no aparelho de Estado, estreitamente ligada aos grandes interesses económico-financeiros. Com o controle dos aparelhos partidários seguro, vão-se intercalando entre si na distribuição do poder e dos privilégios, protegidos por constituições de aparência democrática, e apoiados pelos grandes grupos económico e financeiros, que com eles partilham a grande mesa de interesses. Nos EUA, os Republicanos adoram “a mão invisível”. Para eles, que na prática têm dominado e controlado desde á muito o aparelho de Estado Americano, ainda hoje e apesar da depressão económica motivada pelo crash bolsista de 1928, consideram que o modo mais eficiente para uma economia funcionar, é precisamente essa mãozinha invisível capitalista. A consequência disso, foi notória: o crescimento imparável de uma aristocracia económica, só na aparência democrática, gananciosa de dinheiro e poder, naturalmente assenhoreada do aparelho de Estado, cujo poder á muito deixou de ser doméstico, para se tornar globalmente imperialista, extremamente agressiva e imoral. As élites políticas geradas no sistema, não são muito mais do que serviçais, que comem em manjedoura dourada, sob as ordens de uma ditadura de interesses. Não é espantoso, como três teorias tão diferentes entre si, tiveram por consequência, sistemas económicos diferentes, mas com élites politicas e económicas, tão semelhantes, na sua posição de casta superior, na fusão dos interesses económico e políticos, e na sua capacidade extractiva em relação aos povos que dominam? Será, que o que os três sistemas, têm em comum é a impossibilidade de o povo, poder exercer um controlo político sobre o comportamento destas élites?
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 19:38:47 +0000

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