Tenho a impressão que as ações do Conselho Federal de Medicina - TopicsExpress



          

Tenho a impressão que as ações do Conselho Federal de Medicina e seus impactos sobre a sua base contra o programa Mais Médicos foram imenso desserviço à categoria. Dos problemas da saúde o povo já sabe. Talvez não soubesse do extremo corporativismo, da insensibilidade social, do sentido de elite e do conluio com a medicina privada. No fim das contas, oq eu fica é que a Dilma tentou levar os médicos aos mais pobres e necessitados, e a juventude formada nas escolas de medicina e seus mestres, em vez de se somarem a esse esforço, propondo melhoras que cumprissem o que o povo demanda, acabaram fazendo o pior 1) Disseram claramente, "o problema da saúde não é nosso". Invista, mude tudo e depois a gente conversa. Poderiam ao inverso ser parte da mudança, mas não. 2) Explicitaram um claro padrão profissional que a gente já conhece. Interesses tão claramente privados e de elite que colocam a urgência de democratizar socialmente os cursos de medicina e o currículo. 3) Declararam tão enfaticamente que não podem fazer nada que estão não apenas desmerecendo a sua profissão, mas mentindo. Os fatos o desmentirão quando os profissionais chegarem nas periferias e, defrontados com os problemas, darão um mapa ainda mais preciso do que deve ser mudado, e eles mesmos, em contato com o povo, minorarão muita dor e sofrimento, darão esperanças e ajudarão à consciência do direito à saúde que abrira novos caminhos. 4) Apesar de tantos médicos (as) bons, dedicados ao povo, corajosos, o que fica, infelizmente, é essa generalizada percepção da falta de compromisso, da insensibilidade, do individualismo, do carreirismo que tão grotescamente marcou a geração que nasceu sobre o neoliberalismo. 5) Mostraram que estão dispostos à sabotagem, à aliança com a direita e a imprensa golpista, a qualquer coisa, exceto ir atender o povo pobre e isolado. É muito triste. Poderia ser outro o quadro. A Dilma tem erros, com certeza, e também o programa. Mas bem que o sentido avançado da iniciativa - levar médicos a todo país acabando com a discriminação e enfrentar o problema - poderia ter gerado uma grande movimentação de médicos militantes por um Rondon de médicos. Inspirar-se nos exemplos de um Che, que não foi pedir estrutura ao se embrenhar num leprosário em plena Amazônia peruana. Ou de um João Carlos Haas sobrinho, jovem médico, um menino branco, que foi para a Guerrilha do Araguaia e cujo carinho, atenção, solidariedade e capacidade em enfrentar adversidades marcaram tão profundamente a população ribeirinha que até hoje rendem-lhe homenagens. Pergunto-me, aonde foram parara os profissionais que se inspiram nesse tipo de exemplo. Por que não cumpriram papel nessa realidade? Bons profissionais existem, dedicados, gente de bem, anjos. Mas estão assim como as inscrições do programa mais médicos: uma minoria, a enfrentar o elitismo, o corporativismo, a insensibilidade social, os apelos do mercado, e o descompromisso com o que que deveria ser o verdadeiro objetivo da medicina, objetivo revolucionário que une salvar vidas e contribuir com o fim das injustiças sociais, um papel de vanguarda nas mudanças da saúde no Brasil que eles nem entenderam. Oxalá venham muitos médicos de Cuba Socialista. Essa minoria de médicos comprometidos com o povo e o país com certeza precisa de ajuda, e em especial a população abandonada. Mas o que fica claro é a urgência de mudar não apenas a saúde, o financiamento, mas os cursos, e quem está lá. E a necessidade de mudanças estruturais que coíbam o comércio de vidas que é a saúde privada. Pelo visto, há muitos médicos explorados, trabalhando horas a fio, plantões e plantões, tomando remédios, pirando, e ainda achando que são sócios desse grande negócio.
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 12:19:34 +0000

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