The Act of Seeing With One’s Own Eyes - O filme mais assustador - TopicsExpress



          

The Act of Seeing With One’s Own Eyes - O filme mais assustador já feito? Descrever o que faz um filme de terror é semelhante a explicar uma piada – Se você precisar fazer sempre, não será muito convincente. O medo é algo muito pessoal, e, portanto, também contingente: Todo mundo responde de formas diferentes, a coisas diferentes, por razões diferentes. Se você tem medo de palhaços, sem dúvida terá medo de “It”. Se bonecas te causam terror, você certamente vai querer ficar longe de “Chucky, o brinquedo assassino”. Sei que para alguém que morre de medo de zumbis, até “Todo Mundo Quase Morto” é um filme aterrorizante. Não há muito que se argumentar neste ponto. Você realmente não pode convencer ninguém achar algo assustador, ou pelo menos, não tanto quanto você poderia convencer alguém que não gosta de maionese, de como ela fica boa em um sanduiche com salada e ovo. O que significa dizer que, para todo o seu entusiasmo descompactar a dimensão psicológica do horror, a crítica me parece bastante despreparada para lidar e tratar sobre o medo. Então, ao invés de apresentar só mais um filme assustador, deixe-me mudar ligeiramente os parâmetros da questão. Em 1971, o cineasta experimental Stan Brakhage fez o filme “The Act of Seeing With One’s Own Eyes”, um documentário de 40 minutos filmados no necrotério de Pittsburgh. O filme é composto por nada mais nada menos que imagens de autópsias, capturadas abertamente. O filme tornou-se quase um clichê para os que viram, pois, as filmagens de fato são inesquecíveis. Os corpos de homens, mulheres e crianças estão dispostos em algumas mesas, eles são despidos, limpos, alguns embalsamados, com diversos cortes abertos e algumas partes sem pele. Pedaços frágeis de caixa torácica são cortados de ponta a ponta, e em um momento em que se parece quase inacreditável, a pele do rosto de um homem é puxada para baixo e tirada em seguida. Depois, aparecem as mãos enluvadas de um agente funerário rasgando a carne como se fosse um bandaid. Nós temos a tendência de falarmos muito sobre o sentido físico em filmes de terror, sobre a presença palpável do corpo na imagem. “The Act of Seeing With One’s Own Eyes” é um filme de fisicalidade pura: é o físico separado do cerebral e do espiritual. É o cinema corporal, anatômico. Se o “body horror” já não fosse um gênero cinematográfico, teriam de inventar algo para enquadrar este filme. Até aqui, a multilação real e o sangue podem não desencadear o medo em certos espectadores – Acredito que, no mínimo, aqueles que praticam autópsias estariam imunes até agora do seu impacto visceral. Mas não é simplesmente uma questão de contexto ou grau. “The Act of Seeing With One’s Own Eyes”, é terrível devido à maneira como ele nos força a enfrentar as qualidades físicas básicas do corpo humano, que é reduzido, ao longo de filme, de humano para algo apenas material, ou, algo de uma pessoa que viveu e agora se tornou apenas alguma coisa elementar e abstrata. É assustador porque nos faz pensar sobre uma contradição que somos essencialmente incapazes de conciliar: que a consciência, a grande extensão confusa da experiência humana, pode de alguma forma ser incluso neste conjunto pouco atraente de carne, ossos e sangue. No rosto humano, vemos a vida: pensamentos, sentimentos, tudo o que sabemos e somos. Mas... E por trás do rosto, quando sua pele é retirada e o corpo parece apenas peças de reposição? Você não vê pensamentos e sentimentos lá. Você não vê nada além de carne. Dizer que “The Act of Seeing With One’s Own Eyes” é o filme mais assustador de todos os tempos, em alguns sentidos, banaliza a profundidade e a intensidade do que ele nos diz – certamente assisti-lo é uma experiência diferente de ser apenas assustado ou surpreendido por um fantasma desfocado ou por um maníaco. Então, talvez seja isso que supere a questão de preferência e gosto. Os efeitos deste filme, não dependem de um medo que as imagens podem vir a trazer. Assim como também não procura aqueles que tem medo da morte. Tudo o que Brakhage pede ao seu público é que tragam um corpo: essa coisa delicada e desajeitada, com sangue pulsando e massa encefálica contida intacta. (Nada que uma serra não possa atravessar). O filme realmente não pretende assustar ninguém. Ele pretende apenas mostrar algo tão real e tão inevitável que a única resposta natural é o medo. Em outras palavras, está embaixo de sua pele. Essa crítica foi traduzida do site film pela Betina.
Posted on: Wed, 13 Nov 2013 18:13:11 +0000

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