Tio Cesar mete o bedelho Por Cesar Valente ⋅ 21 de junho de - TopicsExpress



          

Tio Cesar mete o bedelho Por Cesar Valente ⋅ 21 de junho de 2013, às 01:58 ⋅ Compartilhe este post ⋅ Comente Esse movimento todo subverteu a ordem da política tradicional. Por isso, os políticos ainda estão tentando entender o que foi que os atingiu e de onde que veio a chapuletada. Como é que a coisa funcionava? Cada vez que surgia algum “movimento social”, os líderes partidários corriam a identificar quem estava se destacando. E aí chamavam para uma conversa. Eles viviam atrás de líderes comunitários, por exemplo, para cooptá-los e lançar suas candidaturas a vereador ou qualquer outra coisa. O mesmo raciocínio levava os partidos a cortejarem radialistas e jornalistas de sucesso, para também faze-los entrar “para a política”. Que coloco entre aspas porque isso nunca foi política, era uma estratégia para ocupar cargos políticos, o que é completamente diferente e parte da população já percebeu. Da mesma forma, as “autoridades” (entre aspas, claro), quando ouviam alguma voz discordante, acostumaram-se a fazer uma coisa que virou rotina: chamam os líderes para conversar e tentar incorporá-los à “base”. E foram, ao longo da última década, se acomodando. Era muito confortável: sem oposição, sem contestação, sem ter que agir politicamente, tornaram-se burocratas da “política”, preocupados com as campanhas eleitorais permanentes e com a ocupação de cargos. Os desonestos (“baderneiros” e “vândalos” de terno e gravata) usavam os cargos para obter vantagens para si ou para seu grupo ou partido. Os honestos, tocavam apaticamente seus barcos, fazendo de conta que não viam a depredação do patrimônio público. Aí, agora, surge um monstro com milhares de reivindicações (muitas delas viáveis, justas e razoáveis, é bom que se diga), mas sem que se possa chamar alguém a palácio para “conversar”. E que tipo de conversa seria essa? Justamente do tipo que o povo na rua quer exterminar: o conchavo, o acerto, a cooptação, a verba para construir a sede, os meios para os dirigentes participarem de congressos no exterior, etc e tal. A única forma de diálogo aceitável, imagino, é parar de tentar conversar e começar a fazer. Demonstrar, por atos, que há vontade política de conduzir o país na direção que as ruas propuseram. Só. Não precisa de rede nacional pra tentar “conciliar” o país. Só vale a pena alguma autoridade vir a público, quando tiver alguma coisa a dizer que valha a pena ouvir: anunciar algum gesto concreto de mudança. De faxina. De repúdio à preguiça e o acomodamento das “autoridades”. Tá na hora de trabalhar. E trabalhar sério. O recado aos políticos dos legislativos foi igualmente claro. Embalados pela lenga-lenga regimental, agarrados às suas igrejinhas (mesmo os que não são religiosos têm suas igrejinhas), esqueceram-se do que deveriam estar fazendo ali. Acomodaram-se e só pensam naquilo: a reeleição para poder continuar mamando. Pouquíssimos tentam fazer valer o salário que recebem. O que vai acontecer agora? O tempo dirá e quem viver verá. Só espero que, mais uma vez, essa imensa esperança que o povaréu expressou com alegria e coragem, não seja destroçada pela insensibilidade de “autoridades” e políticos cegos, surdos e… burros. Ah, e os bandidos que produziram as imagens de confronto e violência que tem feito a alegria das agências internacionais de notícias, são os mesmos que nos assaltam a mão armada, que matam por dois tostões, que roubam e tornam a vida, em muitas cidades, um inferno. É um outro problema, que se tudo o que foi pedido se realizar, até poderá ser resolvido, ou amenizado, mais adiante.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 19:44:18 +0000

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