Toda vez que eu escuto a expressão "a agenda das ruas está em disputa" eu fico um século matutando o que quer dizer isto afinal... Que agenda? Para ter agenda tem de se ter projeto... Que projeto foi colocado? a) O fim da corrupção? (no capitalismo, vai acabar a corrupção, isto é sério? Me tirem o tubo! Me tirem o tubo!) b) O se vayan todos? Ou seja toda política é ruim? c) O fora, Cabral? Na boa, da agenda das ruas, a única coisa que vi que pode ser consensual e se esgarçar como um projeto mínimo é a reforma da mídia, a democratização dos meios de comunicação. É a única coisa em que há consenso, embora não haja estratégia definida para a sua consecução. No mais, não há nada. Os coxinhas que dizem que querem uma "saúde melhor" e uma "educação melhor", são os mesmos que são contra os médicos cubanos, as cotas e não deram o mínimo apoio para todo o dinheiro do Pré-Sal para a educação. Querem o "Se vayan todos", mesmo que não tenham a mínima idéia do que isto significa. É a consigna retardada de que toda política é má e corrupta (aliás, de um raciocínio tatibitati, não dialético, que não entender sequer a necessidade do "mal"). Por exemplo, contra a corrupção, no mínimo tínhamos que sair com o financiamento público de campanha, mas boa parte do "movimento das ruas", com o "se vayan todos" publiciza que "reforma política é golpe"... E não tem agenda propositiva ou projeto de país. Então, sinceramente, "disputar a agenda" para mim é apenas uma frase grandiloqüente para tentar explicar o porquê de estar na rua junto com movimentos tão reacionarios, mesmo que a teoria disfarce apenas o incômodo por não conseguir, de forma nenhuma, explicar, de que modo e maneira um movimento tão sem projeto pode ajudar a mudar, de forma progressista, o Brasil.
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 13:04:07 +0000
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