Todos quantos me acompanham desde que criei e escrevi a coluna - TopicsExpress



          

Todos quantos me acompanham desde que criei e escrevi a coluna Xeque-Mate por quase 20 anos sabem da minha postura crítica mas equilibrada, ponderada e sóbria, apesar de uns cascudos que, jornalisticamente, me sinto obrigado a dar em certos segmentos, de esquerda e de direita, para tentar repor o caminho lógico e histórico em determinadas situações. Já disse que não sou comunista e que também não acolho o capitalismo selvagem e castrador, principalmente esse que predomina no Brasil, sem qualquer pejo, descaradamente a favor das plataformas de negócios que só beneficiam Eikes Batistas. Portanto, sou capitalista progressista, defensor da distribuição de rendas, de melhores salários a todas as categorias, de um regime de mercado real, incorporando a sociedade como um todo. Respeito à iniciativa privada, desde que não seja escravocrata e exclusivista. Faço essas ressalvas para dizer que não sou contra a presença de médicos cubanos, jamaicanos ou angolanos no Brasil, desde que qualificados e atuantes no sentido de solucionar os problemas de nossa população em sua busca diária por condições de saúde. Notamos pelo noticiário que há no Brasil inteiro ofertas bem abastadas de vagas para médicos que não são preenchidas porque ninguém quer se aventurar ou deixar as delícias do Sul maravilha. Mas é preciso notar também que, com certo descuido e até com ausência de ética, parte da imprensa e de setores da sociedade atira pedras a esmo e enlameia a imagem de uma categoria médica que, como todas as outras, tem toda espécie de gente. Algumas notícias publicadas ou postadas, ao falar da expansão para oito anos dos cursos de Medicina, e do império de todos formandos servirem por dois anos no SUS, passam a impressão de que estamos falando de uma classe vagabunda, desligada dos aspectos sociais, e que não quer se humanizar. Não é bem isto o que ocorre no geral. Assim como há advogados de porta de cadeia, jornalistas que servem ao mercantilismo, legistas que mentem, sociólogos que manipulam, estatísticos que arredondam para favorecer este o aquele campo, é óbvio que existam médicos que se predispõem a outras finalidades que não aquela juramentada, o juramento de Hipócrates. Há jovens médicos advindos de famílias extremamente abastadas que preferem jogar cartas nas salas de plantão, porque testemunhei isto em umas madrugadas doentias. Há aqueles que preferem montar seu consultório próprio e estabelecer uma clientela com renda suficiente para consultas particulares, desprezando um atendimento social pleno. Mas não podemos generalizar, sob o risco de atirarmos à lama uma imensa parcela de médicos que optaram por caminhos nobres. Conheço, sou amigo ou sou paciente de diversos médicos - generalistas, urologistas, cardiologistas, ortopedistas, pneumologistas, oftalmologistas, laringologistas, cirurgiões plásticos, sanitaristas e uma gama imensa de outras especialidades, que desde a origem profissional dedicam-se de forma desprendida e devotada a muitas causas sociais, sem perder o foco da necessidade da sobrevivência. Pessoas inteligentes, cultas, bem sucedidas e que sabem estender ao próximo os seus conhecimentos e com eles auxiliar sobremaneira na reversão de graves problemas de saúde ou de conformação física. Médicos que atendem em hospitais de classe A, mas que dedicam parte de suas vidas a levar, anualmente, atendimento ambulatorial e até cirúrgico na selva amazônica, em cidades paupérrimas do Nordeste e em rincões onde nem mesmo serviços básicos chegaram às populações. Gente que se dedica a proporcionar melhor visão a crianças carentes, não apenas por meio de consultas, mas também mediante a oferta do instrumento necessário, dos óculos! Gente que após um dia cansativo de trabalho, de consultas e cirurgias, arranja tempo para uma leitura científica do que construiu no campo da ação médica para produzir artigos, textos técnicos a serem publicados em revistas científicas, estudos, monografias, teses que são levadas a congressos, simpósios, conferências, e que se tornam códigos, referências, balizas e normas de procedimentos médicos, avanços que vão melhorando o campo da Medicina, com extensão para a sociedade. Portanto, é preciso cautela e posturas éticas para tratar do assunto - assim como todos os outros assuntos -, em especial no campo jornalístico, para não denegrir, não difamar ou caluniar ou injuriar. Há preguiçosos e interesseiros em todas as áreas. Há gente se propondo a fazer qualquer coisa por dinheiro em todos os campos da atividade humana, mas não se pode generalizar, sob pena de perdemos o foco histórico e jogarmos todos na vala comum dos desgraçados malfeitores! Um bom dia a todos!
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 13:27:16 +0000

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