Tomas Delgado Pinto Numa altura em que a Guiné-Bissau celebra 40 - TopicsExpress



          

Tomas Delgado Pinto Numa altura em que a Guiné-Bissau celebra 40 anos da sua independência, é importante recordar o espirito de solidariedade que prevalecia em que os problemas de um eram os problemas de todos. Hoje as coisas mudaram. Os problemas de um já não são mais os problemas de todos. Neste novo ambiente de Estado e de soberania, com todas as suas características convencionais, Guiné-Bissaiu comemora hoje, o aniversário da sua independência. Mas que independência? Uma independência que a maioria do povo espera que um dia venha a ter o significado que a independência na verdade deve significar. Ser independente e soberano não significa somente ter uma bandeira, um escudo e um Presidente. É muito mais do que isso. Significa, em primeiro lugar, estar livre da fome e dos outros males que a miséria carrega dentro de si. Significa habitação condigna, justica, paz, viver em ambiente limpo, ter acesso livre a cuidados médicos e à educação, ter a liberdade de escolha e de expressar livremente os seus pensamentos sem receio de represálias. O objectivo da independência não deve ser apenas objecto de discursos políticos em tempo de campanha. Enquanto festejamos a independência, precisamos de reflectir sobre que tipo de país pretendemos construir. Um país de prosperidade, de tolerância mútua, onde as nossas diferenças são factores determinantes sobre o que merecemos ser. Não quero entrar nos méritos históricos da independência da Guine-Bissau. Mas inevitavelmente após me deparar com o facto de que hoje estamos comemorando a independência do nosso querido país, fico reflectindo se, de facto, somos realmente independentes. Se somos independentes, somos independentes de quê, ou de quem? Podemos com sorte, encontrar alguém para partilhar nossas dores e dúvidas, vitórias e derrotas, mas ninguém lutará essa luta por nós. Não tenho duvidas de que é uma luta difícil de ser travada, mas a independência de um povo começa com cada um. É muita pena por termos trocados as nossas lutas por falsos sonhos. E não tenho dúvidas de que qualquer nível de verdadeira independência, não vai ser imposta ou conquistada por um presidente ou por militares. Mas sim, pela independência conquistada por cada indivíduo. E embora sejam feitas as reformas que precisam ser feitas, - reforma cultural, educacional, política e ética, sobretudo nos dias de hoje - precisamos mesmo fazer reformas em nós mesmo. Nao podemos passar todo tempo a culpar os politicos ou os militares, porque todo nós temos uma parte de culpa sobre o nosso fracasso. Nós fracassamos durante 40 anos por nossas culpas. Hoje somos refens da sociedade que construimos onde corrupcao, injustica, crimes sanguinarios mandam sobre todos e tudo. Temos que ser aquilo que queremos que os outros pensam que somos num conceito positivo de grande povo. Viva a Guiné-Bissau
Posted on: Tue, 24 Sep 2013 21:15:42 +0000

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