UM DEVER POR CUMPRIR! Decorria o inicio da década de setenta do - TopicsExpress



          

UM DEVER POR CUMPRIR! Decorria o inicio da década de setenta do século passado, encontrava-me na minha terceira comissão em Africa, desta vez na Guiné, no auge da luta com o PAIGC. Integrava um Pelotão de Morteiros/81, estando adido a um Batalhão de Infantaria com sede em Mansoa, unidade com mais tempo de estada nessa zona de operações. Nessa mesma Unidade contraí amizades com companheiros, alguns deles foram vitimas em combate, um deles Furriel Miliciano,(o boémio Diniz), tinha um namoro de largos meses com uma nativa, que segundo me dizia, viria com ele quando regressasse, porque tinha uma gravidez de cerca de três meses e nunca a abandonaria. Certo dia, foi um dos quinze mortos de uma fatídica emboscada a cerca de três km da sede do batalhão. Faltavam-lhe menos de dois meses para o término da comissão. Chegado esse tempo, (final da comissão) o Batalhão embarcou rumo ao continente, substituído por uma nova unidade. Ao meu Pelotão faltaria pouco mais de um ano. Ao regressarem os amigos de um convívio mais próximos do malogrado Diniz, apenas eu passados largos meses pude ver o seu filhote, cuja jovem mãe não mantinha nenhuma ligação com a familia dele no continente. Por conversas havidas entre nós, eu e o Diniz, sabia que era Filho único. Prometi a mim mesmo que, quando regressasse procuraria descobrir no norte do País do meu bom amigo e informá-los que ali tinha deixado um rebento e isso lhes aliviaria a dor da perda do filho. Uma vez regressado da Guiné e colocado em Mafra, longe do Algarve onde residia, fui adiando essa iniciativa, acabei pouco tempo depois mobilizado para Angola, sem nunca ter concretizado essa minha intenção. Hoje ainda me pesa na consciência, especialmente quando vejo dramas de filhos procurando pais ou o inverso!.
Posted on: Fri, 12 Jul 2013 23:35:47 +0000

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