UVU Jungle Marathon Etapa 3 – 38km - Por Gustavo Rodrigues A etapa de hoje começou mais cedo, as 6:30, com uma travessia de rio ainda mais longa que a do dia anterior. Ate ontem todos os atletas tinham que fazer uma parada obrigatória de 15 minutos em todos os pontos de controle, para aclimatar com o sol e umidade amazônica. A partir de hoje essa moleza acabou e ganha peso a estratégia individual de cada competidor. A etapa foi muito dura. Subidas e mais subidas, com algumas possibilidades de corrida. O austríaco cruzou a linha de chegada em primeiro lugar novamente, mas dessa vez sentindo bastante. Pouco provável que ele mantenha na etapa de amanha o mesmo ritmo imposto hoje. Sinoca também sentiu e foi ultrapassado pelo competidor local Fredison Raimundo. Já passam de 13 horas e meia de prova e ainda temos 4 competidores se esforçando para chegar. A VACA, Jacquie, Kin e uma atleta argentina. Ao contrario dos outros dias, hoje estamos em um acampamento isolado, longe de qualquer comunidade e no meio da floresta. Imagino o que esses atletas devem estar passando ao enfrentar a floresta a noite. Estamos todos a postos esperando-os. Recebemos também alguns novos atletas que vão participar apenas da etapa de amanha (42 km). E’ perceptível a sensação de exaustão dos que correram hoje. Muitos falando em trocar a prova longa (257 km) pela curta (122 km). Muitos começam a ter problemas nos pés, nas costas e assaduras. Um dos atletas brasileiros, o Regis, teve uma inflamação no dedão do pé direito, o que o obrigou a cortar a parte de cima de seu tênis para que pudesse concluir a etapa. Ainda assim teve que substituir o tênis pelo chinelo nos últimos 8 km. Ele foi prontamente atendido pela competente equipe medica, que perfurou 2 vezes a unha do seu dedão a fim de possibilitar que sangue acumulado com pus pudesse sair. Mais um grito de dor ecoou pelo acampamento. Uma hora depois ele estava andando normalmente e aliviado por poder continuar na prova. A noite de hoje promete ser movimentada. Na madrugada a temperatura sempre esfria bastante e acredito que tenha alguma relação com os hábitos dos animais, pois com o frio vem também o som dos animais. Acredito que a algazarra hoje vai ser maior, pois como já disse, estamos literalmente no meio da selva. Que amanha seja um bom dia para todos, na etapa que promete ser a mais divertida, pois envolve travessia em igarapés, dunas, lama e chegada numa das praias mais bonitas a beira do rio Tapajós.
Posted on: Wed, 09 Oct 2013 05:52:40 +0000
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