Um Presidente para Todos os Guineenses A questão das etnias na - TopicsExpress



          

Um Presidente para Todos os Guineenses A questão das etnias na Guiné Bissau tem sido vista como uma rastilho para o barril de pólvora que rola no nosso país. A dimensão étnica foi sempre utilizada para dividir os Guineenses, para colocar irmãos contra irmãos em nome dos interesses mais diversos. No passado foram os interesses coloniais que recorreram ao fomento do tribalismo, hoje, são os interesses económicos que querem manter a decrépita estrutura do poder reinante no nosso país que utiliza a bomba atómica da divisão étnica para destruir a nossa sociedade plural e tolerante. Temos assistido nos últimos tempos a manifestações desta perspectiva com contornos variados no seio da sociedade Guineense. A mobilização para a divisão étnica das forças armadas e para a fragilização da capacidade militar do país, o apelo à mobilização étnica para as eleições, as alianças e as acusações e exclusões fundadas em critérios exclusivamente étnicos, entre outras coisas que nada acrescentam ao futuro, que nada somam à transformação positiva da Guiné-Bissau e que nada contribuem para a paz e para a harmonia social. . Cabral enfrentou esta questão do tribalismo no decurso da luta de libertação e expressou-se assim no seu livro “Unidade e luta”: “ Mas na realidade da nossa terra, ontem falamos nisso, há a questão das tribos, de grupos étnicos, ou de raças, isso é uma fraqueza grande, porque, mesmo nesta sala, pode haver gente que ainda é capaz de pensar: eu sou Papel, eu sou Mancanha, e o Mancanha não fala com o seu companheiro, eu sou Mandinga, Isto é uma fraqueza grande camaradas, grande fraqueza da nossa luta. E seria muito mau se de facto isso avançar, se de facto nós não fossemos capazes de eliminar tudo isso no caminho da luta” (Unidade e Luta) Infelizmente as preocupações de Cabral, são hoje para nós motivo de maior tormenta. Fomos arrastados para a percepção de que o outro é diferente de nós e remetidos para a certeza de que é mais o que nos separa do que o que nos une. Eu acredito que o que nos une é mais importante do que o que nos separa. Amilcar Cabral teceu uma visão, uma estratégia e uma vontade. Desse sonho resultou uma liberdade que soltou, fulas e Mandingas, Balantas e Biafadas, pepeis e Felupes, Padjadincas e Mancanhes, manjacos, Sereres, Brames e outros, este ideal foi para todos, e é com todos que acredito construir a Guiné, sem deixar ninguém de fora, sem dividir irmãos com irmãos, sem separar todos os filhos deste belo país que tem todo o direito de se encontrar na sua felicidade. Chegou o tempo de dizer basta!!! Sou o candidato de todos os Guineenses, Fulas e Mandingas, balantas e biafadas, pepeis e Djolás, Felupes e Mancanhos, mandjacos, brames e de todas as etnias. Acredito que esta é a nossa vantagem, a da soma das virtudes de um povo diverso e integrado que tem de se reconciliar com a sua história e com os seus sonhos numa viagem em que cabemos todos no mesmo barco e se não aprendermos a viver em conjunto este barco pode ir ao fundo. Somos todos filhos do ventre desta terra maravilhosa e fascinante onde enterramos os nossos umbigos. Hoje a Guiné está moribunda, mas só a unidade daqueles que partilham o solo dos nossos umbigos poderá fazer renascer esta nossa terra mãe. Temos um projecto, uma vontade e estamos determinados a construir uma Guiné-Bissau como a sonhou Amílcar Cabral e todos os nossos heróis e mártires da libertação. Saibamos, como dizia Cabral “ser homens e mulheres, simples Africanos, que querem saldar a sua dívida para com o seu povo e viver a sua época”. Esta é a nossa época, este é o tempo da nossa história. Saudações Patrióticas Helder Vaz
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 16:19:58 +0000

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