Uma entrevista antiga da Nanda: - O que a motivou a vestir a pele - TopicsExpress



          

Uma entrevista antiga da Nanda: - O que a motivou a vestir a pele de figuras tão distintas? Fernanda Serrano - É algo que todas as pessoas podem fazer, mas correriam o risco de ser consideradas loucas se o fizessem. Eu posso sempre esconder-me um pouco atrás da capa da profissão e dar asas a este sonho. Foi também uma forma de antecipar o meu regresso. Apetece-me muito voltar a trabalhar. - Esteve praticamente três anos sem trabalhar, não deve ter sido fácil... - Passei por várias fases. Pela fase da preocupação, pela fase da insegurança, pela fase de achar que não voltaria nunca mais a fazer aquilo que tanto amo, pela fase do conformismo, do terror, e agora estou a tentar fingir que estou normal, mas estou ansiosa pelo primeiro dia de gravações. - Foram três anos em que o seu principal papel foi o de mãe? - Fui exclusivamente mãe estes três anos. Foi um privilégio. Muitas mães gostariam de o conseguir, não pelas mesmas razões que eu, claro, mas porque faz muita falta termos tempo para desfrutar do crescimento dos nossos filhos. E o papel de mãe é o mais importante e o mais difícil da nossa vida. - Como tem sido o crescimento dos seus filhos? - Eles são crianças ótimas, muito afetivas, e também muito vigiadas e assistidas pela família. Temos uma rede familiar muito coesa, eles percebem isso, e acho que vão ser pessoas muito estruturadas. E eu tenho mesmo a minha família como base de tudo, pelo que é importante que eles sintam isso. - Vai conseguindo manter um certo low profile, mesmo quando está a fazer um papel de destaque numa novela... - Não me preocupo nada com o mediatismo, nem vivo em função disso. Essa plasticidade da exposição pública não tem absolutamente nada que ver comigo. Saio à rua de forma normal. Não penso que tenho que estar toda aprumada porque posso ser fotografada. Ninguém pensa em levar os filhos à escola de saltos altos, maquilhada e com um grande vestido. Eu ando sempre sem maquilhagem, por exemplo, e uso isso como arma, porque é bom viver de cara lavada. - Mesmo havendo duas pessoas mediáticas em casa... - É engraçado, porque eu e o Pedro, antes de nos conhecermos, sempre imaginámos o outro como uma pessoa diferente. E foi fantástico, porque foi uma descoberta muito interessante e que deu frutos lindos, os três filhos maravilhosos que temos em casa. - O Pedro tem sido um grande apoio... - Nada acontece por acaso. Cada vez mais tenho esta capacidade de aceitação e reconhecimento. E é muito bom constatar isso, com um grande sorriso na cara. - Têm tentado preservar a imagem dos vossos filhos. - Sim. Hoje em dia a sociedade provoca-nos esses medos e pensamentos. Não vivo preocupada com muita coisa, mas no que toca aos meus filhos, aí penso em tudo e mais alguma coisa. Tento preservá-los e protegê-los com tudo o que está ao meu alcance. Eles são mais importantes do que qualquer outra coisa, e não têm que ter exposição pública, apesar de serem filhos de... Se um dia quiserem fazê-lo, que o façam, mas por sua conta e mérito. - A Maria Luísa acaba de fazer um ano de idade. Como tem sido a adaptação dela à família e vice-versa? - São três crianças muito diferentes. Fisicamente nem por isso, mas todos têm um caráter muito diferente. E, apesar de serem crianças muito afetuosas e humanas, sabem que existe ali qualquer coisa diferente com os pais. O Santiago, por exemplo, não percebe muito bem como é que as pessoas na rua sabem o seu nome. [risos] Aos cinco anos tem já uma perceção diferente das coisas. Tem observações muito pertinentes e interessantes, é muito atento e parece mais crescido do que é. É muito parecido com o pai. - E já ajuda a tomar conta das irmãs? - Sim, muito. É muito atento, disciplinado e regrado. Ele é, felizmente, igual ao Pedro. Já as duas bonecas, não sei como vai ser... [risos] - O Pedro, apesar de não poder estar sempre presente, é um pai dedicado... - Ele tem essa noção e muita pena de não poder ser mais presente, mas também está a investir noutras áreas que são fundamentais, e que foram pensadas e aceites pelos dois. E está lá sempre que é necessário, isso é o mais valioso quanto a mim. - Hoje, olhando para trás e pensando que tudo vai voltar à normalidade... - ... [risos] Vamos ver. Espero que sim. Porque agora nunca se sabe. Sempre que estou para regressar, já toda a gente faz brincadeiras disso. Os meus colegas perguntam-me logo se não vou engravidar ou algo assim. Mas engravidar agora não, à partida, pelo menos... Se bem que a última vez que falámos também não sabia. Mas felizmente engravidei, porque a Maria Luísa é um presente que recebi de braços abertos, é uma bênção aquela bebé, e uma força da natureza, uma sobrevivente. - Uma sobrevivente, tal como a Fernanda, de alguma forma. Sente que a vida lhe deu uma segunda oportunidade? - Sinto sim. E acho que tenho tido muita sorte. Se calhar há alguns anos não o diria com este sorriso, mas agora admito que tenho tido muita sorte mesmo. - Como conseguiu recuperar a boa forma depois de três filhos e de tudo o que lhe aconteceu? - Correndo atrás deles. [risos] Sendo mãe a cem por cento, acaba por perder-se algum peso, e a genética ajuda, como é óbvio. Mas tive que fazer um esforço nesse sentido, claro. Tenho cuidado comigo, pois também vivo da imagem. E, de qualquer forma, fá-lo-ia por brio pessoal. - E esse cuidado passa por dietas, ginásio? - Não gosto muito de ir ao ginásio. Sei que funciona e vou lá de vez em quando, mas não consigo ser escrava do ginásio. Já recorri à ajuda de médicos, institutos, uso bons cremes, e tenho uma alimentação muito saudável e regrada. - Que conselho daria a outra mulher que tivesse passado pelos mesmos problemas por que a Fernanda passou de forma a recuperar a autoestima? - Em relação a pessoas que tenham tido problemas oncológicos e que possam sentir-se diminuídas, há diversas soluções e os próprios médicos que acompanham as pessoas são quem melhor as pode aconselhar. Já bastam esses meses e anos em que a pessoa fica... em que a vida para, nada mais é importante quanto ficar bem. Sobreviver é o ponto número um. Depois de estar tudo controlado e estável, aí voltamos calmamente a pensar que estamos no bom caminho para recuperar uma vida normal e queremos sentir-nos bem de novo. Normalmente acontecem deformações físicas, devido a cirurgias e tratamentos, há quem ganhe peso, há quem perca, e hoje em dia é possível corrigir tudo isso, e ainda bem. É importante que a pessoa se sinta bem, que quem passa por isso se sinta bem. Vi coisas ou casos muito complicados. Se bem que o mais importante é a pessoa estar bem. Mas falo da cirurgia reconstrutiva, quanto à cirurgia estética, respeito quem o faz, mas eu não o faria. - Hoje continua a ser abordada devido aos problemas oncológicos que teve. Gostava que as pessoas colocassem um ponto final nessa questão, que fizesse definitivamente parte do passado? - Gostava, mas também compreendo que as pessoas tenham essa necessidade de falar, porque sabem que eu vou compreender e então acho que é uma boa oportunidade para falar sobre o assunto. Mas depois também penso que as outras pessoas não percebem que não quero falar mais sobre isto, enfim. Mas claro que não levo a mal que me falem do assunto. - Esta é uma altura muito positiva e feliz da sua vida? - É mesmo. O mais importante é estarmos bem connosco próprios. Avaliando tudo o que se passa à nossa volta, acho que tenho tudo aquilo que quero e que me faz feliz. - Tem algum sonho por cumprir? - [risos] Até tenho medo de falar nisso. Há uns anos queria muito ter cinco filhos, agora, bem... [risos] Não, agora não. Preciso de voltar a trabalhar, para recuperar a minha sanidade mental. - Mas estou a ver que não põe de parte voltar a ser mãe... - Ponho de parte, sim. Quer dizer, ponho e não ponho. [risos] Mas três é a conta certa e só assim conseguimos dar a atenção necessária a cada um deles. Ler mais: caras.sapo.pt/famosos/2010/06/21/vdeo-fernanda-serrano-em-producao-exclusiva-para-a-caras#ixzz2V6VmEMLE
Posted on: Wed, 12 Jun 2013 19:35:56 +0000

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