Uma professora aqui me fazendo altas críticas pelo fato de eu permitir que meu aluno me chame de Tio, jogando na minha cara toda sorte de teóricos da Educação. É claro que não nego a extrema importância dos teóricos, afinal nós entramos no meio acadêmico para dar continuidade as ideias deles e irmos além do que eles propuseram no passado, nem tão distante assim. Mas disse a ela e repito aqui para qualquer um que venha a me torrar os testículos com essa diamantização acadêmica: E a teoria não me permite que eu possa abrir frestas, janelas ou portas para alcançar o sucesso? Ou a teoria está engessada? Ela me castra? Ela não pode ser revista? Eu não posso usar dessas teorias e adaptá-las a minha realidade? Então quando o teórico X falou assunto Y ele quis apenas impor sua descoberta/pensamento/ideia e que ela é a verdade absoluta/universal? Será que essa linda colega de profissão ao falar sobre os teóricos da Educação ela lembrou de Paulo Freire e sua teoria sobre Educação e Transformação? Eu jamais vou impor algo aos meus alunos. Eu jamais vou tomar o lugar do opressor e trair o meu teórico favorito Paulo Freire. Não mesmo! E eu lá vou impor a um menino de 12 anos que tem Transtorno do Espectro Autista que desde cedo aprendeu a chamar seus professores ou professoras de tios ou tias. Mais adiante a gente vai aprendendo outras coisas, no momento estou muito mais preocupado com sua organização, com sua independência, com seu quadro comportamental que melhorou 50% depois que iniciei com meu trabalho. Estou mais preocupado com a afetividade desse meu garoto, com suas pequenas conquistas sobre relacionamentos e empatias. Estou mais preocupado se vamos conseguir tirar o rótulo de indisciplinado que já foi estampado na sua testa. Até lá... eu serei o Tio Carequinha. O próximo que virá pode ser o professor.
Posted on: Wed, 23 Oct 2013 19:37:25 +0000