VALORES DO PANATHLON (panathlon.net) DOMENICO CHIESA UM GRANDE HOMEM Henrique Nicolini O movimento panathlético chegou ao Brasil no dia 7 de agosto de 1974, com a fundação do Panathlon Club São Paulo. O evento inaugural foi simples, realizado na sede da Federação Paulista de Basquetebol, sem solenidade ou presença de autoridades. O entusiasmo dos pioneiros contrastou com a simplicidade da inauguração, fato que, em dois anos, levou o clube a apadrinhar a criação de mais cinco clubes, permitindo regimentalmente a fundação de mais um Distrito na América, o XII Distrito do Panathlon International, formado na ápoca por São Paulo, Bauru, Juiz de Fora, Campinas, Presidente Prudente e Porto Alegre. Dada a significação deste fato que tornava realidade o panathletismo no maior país da América Latina, o Panathlon International mandou uma delegação de alta representatividade para participar de uma exuberante celebração programada para São Paulo. As figuras mais representativas do PI aqui chegaram ao país, chefiadas por Domenico Chiesa, e complementadas pela importante figura da nobreza piemontesa, Médici Del Vanelo, e pelo Secretário Geral, Francesco Babini. Na inauguração do Distrito, realizada diante de um público de mais de 200 pessoas, Chiesa fez um discurso histórico, que empolgou a todos e tornou cada ouvinte um seu admirador e um amigo. Nos dias em que esteve no Brasil, ele não almoçava em restaurantes. Era convidado a fazer suas refeições nas residências dos panathletas paulistanos. A amizade entre o autor destas linhas e o esportista italiano, que em 1951 subscritou a ata de fundação do panathletismo na cidade de Veneza, persistiu por todos os anos em que Chiesa viveu. Nas convenções e congressos, automaticamente sentávamos na mesma mesa, tendo ainda a participação de um “tertius” de Roma, o cultíssimo Sisto Favre. Chiesa, em suas conversas, falava-me da sua amizade com o cardeal de Veneza, que mais tarde tornou-se Papa, num pontificado de apenas um mês. Quando eu pretendi pesquisar minhas origens peninsulares e vênetas como as dele, recorri ao seu prestígio na região. Meu avô nasceu em Thiene e Chiesa me apresentou aos estudiosos da genealogia da cidade. Por sua causa, conheço a vida de meus antepassados desde 1500 e localizei alguns parentes distantes. Uma vez, levei minhas filhas e esposa conhecer a Itália e Veneza, enquanto eu permanecia em Rapallo nas reuniões do Conselho Central. Numa extrema cortesia, Domenico Chiesa e seu motorista trouxeram-nas para se encontrar comigo numa viagem que cruzava toda a Itália, entre os mares Adriático e Tirreno. Tenho até hoje, em meu quarto de dormir, um quadro, presente que documenta uma amizade. Quando chegou a notícia de seu falecimento, eu senti tanto como se fosse a perda de um parente próximo. Hoje, está sepultado em Aziago, cidade-monumento, vizinha a Thiene. Justamente com ele estão muitos milhares que combateram na I Guerra Mundial, a Grande Guerra. Nada foi pequeno na vida de Domenico Chiesa. Numa demonstração de grandeza, fez do Panathlon um de seus herdeiros. Deixou uma quantia que permitiu a concretização da Fundação Domenico Chiesa, órgão que permite sustentar um concurso internacional de artes gráficas, tendo como tema básico a ética no Esporte. Chiesa, em toda a sua vida, só conquistou amigos e sempre foi considerado um grande amigo do Brasil.
Posted on: Sun, 30 Jun 2013 07:35:30 +0000
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