VISITA AO CEMITÉRIO JUDAICO DE Bălți, MOLDOVA -- Depois de - TopicsExpress



          

VISITA AO CEMITÉRIO JUDAICO DE Bălți, MOLDOVA -- Depois de conhecer o centro da cidade onde nasceu o meu avô paterno, Jaime, Belz (em iídiche e fala-se "Beltz"), Bălți (em romeno) e Beltsy (em russo), perguntei a uma senhora no cemitério cristão ortodoxo, localizado na mesma rua do hotel onde estou hospedado (stadra Decebal) onde ficava o cemitério judaico. Ela deve ter falado em russo e só entendi que era do outro lado da rua, ela apontou. Fui até o final daquela rua e vi um matagal. Aí perguntei para uma moradora, onde ficava. E ela disse sei lá em que língua (romeno ou russo) que era ali mesmo. E me acompanhou, dizendo que tinha um caminho. E tinha mesmo. Agradeci em romeno -- essas expressões consegui decorar. "Multzmesc mult. La revedere!" Ou seja: "Muito obrigado. Até logo!". Andei por aquele caminho, e o cemitério, de um modo geral, está muito abandonado, sem manutenção. O mato tomou conta. Fico no alto da cidade e dá vista para todo o centro e para a linha do trem. Aliás, o cemitério termina à beira da estrada de ferro. Na primeira parte, digamos assim, estão enterrados judeus mortos depois da Segunda Guerra Mundial. Na segunda parte, os judeus que morreram antes da Segunda Guerra Mundial e até no final do século 19. Portanto, imagino, que o meu querido vovô Jaime Schapochnik deve ter andado por esse cemitério, que parentes dele devem estar enterrados por lá. Muitas lápides estão escritas em iídiche e russo e muitas outras, as mais antigas, apenas em iídiche -- não falo nehuma dessas línguas... Muitos túmulos têm fotos ou desenhos dos rostos dos falecidos no mármore ou granito. Deve ser influência da cultura russa, pois não é tradicional dos cemitérios judaicos colocar fotos ou fazer desenhos dos mortos. Vi isso também na parte judaica do novo cemitério de Lviv, na Ucrânia. Entre uma lápide e outra vejo um casal trabalhando na manutenção de dois túmulos. Pergunto se falam iídiche -- eu só sei algumas palavras e frases, somente. Dizem que não e me perguntam se falo russo. Disse que não. E conversamos em inglês. Era o casal de moldovos cristãos ortodoxos Slava e Nina. Devem ter mais de 70 anos cada. Muito simpáticos, me contaram que fazem esse serviço a pedido dos filhos ou netos dos que estavam enterrados. Esses descendentes dos mortos imigraram para Israel. No final da visita, Slava me falou do monumento em homenagem às vítimas do nazismo. "Venha, entre, eu te levo até a avenida", me disse ele, apontando para o carro. Sua esposa estava no banco de trás. No caminho, ele me contou que essas ruas perto do cemitério eram parte de um antigo bairro judaico. "Antes da guerra, muitos judeus eram advogados, comerciantes, empresários da agricultura (donos de moinhos ou de usinas de açúcar de beterraba, por exemplo) e eram os melhores médicos, os melhores!" No final, ganhei uma carona deles até o hotel onde estou hospedado. E lá fiz questão de sair numa foto com Slava. Quem fez a foto foi a esposa dele, a Nina. Que bacana, né? Clique nas fotos e leia mais informações.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 22:21:46 +0000

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