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VOCÊ SABIA...que, no dia 03 de agosto de 1.887, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto, por indicação do vereador Rodrigo Pereira Barreto, instituiu o “Livro de Redempção”, destinado à libertação dos escravos no Município? No início da implantação do café nesta região, a presença de escravos era significativa, mas nem de longe tal como no Vale do Paraíba ou na região de Campinas. Nessa época, por volta de 1.874, a maior concentração estava em São Simão, com mais de 1/5 da população sendo constituída por cativos. Havia escravos, principalmente, em Franca, Batatais, Cajuru e Ribeirão Preto (que compreendia Cravinhos e Sertãozinho). Alguns importante cafeicultores , como Luiz Pereira Barreto, Henrique Dumont e Martinho Prado Jr., atuaram em favor da Abolição e do incremento da imigração, sobretudo de italianos. Na sessão da Assembléia Provincial de 23 de fevereiro de 1.878, Martinho Prado Jr. propôs a criação de um imposto sobre escravos que viessem a entrar na Província de São Paulo. A lei foi aprovada em 1.881, estabelecendo um imposto de 2:000$000 ( dois contos de réis) sobre cada escravo que viesse para cá de outro Estado. Essa lei demorou para ser aprovada dada a polêmica que o projeto criou. O maior argumento contrário a ela era que, nesta região, o desbravamento vinha sendo feito principalmente por entrantes mineiros e migrantes fluminenses, os quais traziam consigo os seus escravos. Tanto isso é certo que, mesmo com a lei, houve um incremento da presença de escravos em São Simão e Ribeirão Preto. Em 1.874, Ribeirão Preto tinha 857, passando a ter, em 1.886, 1.379 ( 13,2 %, da população) . São Simão, em 1.874, tinha 777, passando a ter, em 1.886, 1.140 ( 17,9% da população). Em vista do movimento abolicionista que se expandia para todo o país e, certamente, pela chegada de imigrantes, o vereador Dr. Rodrigo Pereira Barreto ( o mesmo que em outubro de 1.886, recepcionara em seu “Solar” a família imperial) fez a seguinte indicação na sessão camarista do dia 03 de agosto de 1887: “ A exemplo de outras Câmaras, proponho que esta doe um livro – sob a denominação de “Livro da Redempção” – destinado a receber assinaturas de todas as pessoas que quiserem concorrer para a grandiosa obra da libertação do município” . Colocada em votação, foi unanimemente aprovada. Pedindo a palavra, o Dr. Rodrigo Pereira Barreto disse que oferecia o livro à Câmara e que autorizava o Secretário a fazer a sua aquisição. Ainda em Ribeirão, o Dr. Rodrigo Pereira Barreto festejou a Lei Áurea, de 13 de maio de 1.888, que coroou os seus esforços libertadores. Todavia, um pouco mais de 1 ano e meio depois, em 27 de agosto de 1.889, o Dr. Rodrigo se desfez de tudo o que tinha por aqui. Para Martinho Prado (pai) e para os filhos Martinico e Antonio Prado, vendeu a fazenda “Eldorado” ( que recebeu o nome de São Martinho), com cerca de 10 mil alqueires por 800 contos, e o solar , que hospedara o Imperador Pedro II e D. Tereza Cristina, situado no início da atual rua Luiz da Cunha ( antiga Antarctica), no dia 24 de outubro de 1.886, quando vieram inaugurar a estação da Cia. Mogiana). Mudando-se para a Capital, o Cel. Rodrigo Pereira Barreto passou a cuidar de sua fazenda “Carmo”, no então Distrito de Itaquera. Em Ribeirão Preto, nenhuma homenagem lhe foi prestada. No bairro de Itaquera tem uma rua com o seu nome. Até hoje não se sabe se foi em razão de um grande negócio, do desgaste sofrido entre os fazendeiros escravocratas ou se aborrecido pela iminente proclamação da República ( que se efetivou em 15 de novembro de 1889), uma vez que, diferentemente da maioria dos membros da família Pereira Barreto, ele era um fiel monarquista, líder na região.
Posted on: Sat, 03 Aug 2013 10:08:38 +0000

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