Vale muito a pena ler e refletir!! Confesso à vocês que - TopicsExpress



          

Vale muito a pena ler e refletir!! Confesso à vocês que chorei demais lendo este texto..!! Façamos isso sem sobra de dúvida!! Eu vi meu Pai fazer isso para meu Avô , não tenho outra palavra a dizer aele que sinto orgulho muito muito orgulho dele!! Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai. É quando aqueles pais envelhecem e começam a trotear como se estivessem dentro de uma névoa, lentos, devagar, imprecisos. É quando aqueles pais que seguravam com força nossas mãos já não tem como se levantarem sozinhos. É quando aqueles pais, outrora firmes e instransponíveis, enfraquecem de vez e demoram o dobro da respiração para saírem de seu lugar. É quando aquele pais, que antigamente mandavam e ordenavam, hoje só suspiram, gemem, procuram onde é a porta e a janela – tudo é longe. É quando aqueles pais, antes dispostos e trabalhadores, fracassam ao tirar suas próprias roupas e não lembrarão de seus remédios. E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquelas vidas. Aquelas vidas que nos geraram depende de nossa vida para morrerem em paz. Todo filho é pai da morte de seus pais. Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta. E assim como eles mudaram a casa para nos atender quando bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais. Uma das primeiras transformações acontece no banheiro. Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas. Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes. A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões. Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus. Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente? Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete. E feliz do filho que é pai de seus pais antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia. =============================================================== Meu amigo acompanhou o pai até seus derradeiros minutos. No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira: – Deixa que eu ajudo. Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo. Colocou o rosto de seu pai contra seu peito. Ajeitou em seus ombros o pai consumido pela idade: pequeno, enrugado, frágil, tremendo. Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável. Embalou o pai de um lado para o outro. Aninhou o pai. Acalmou o pai. E apenas dizia, sussurrado: – Estou aqui, estou aqui, pai! O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali!!! Fabrício Carpinejar.
Posted on: Mon, 25 Nov 2013 11:19:34 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015