Vamos olhar um pouco para o passado? Camaradas, vamos deixar um - TopicsExpress



          

Vamos olhar um pouco para o passado? Camaradas, vamos deixar um pouco de lado esse FLA X FLU da corrupção - quem é mais corrupto? PSDB ou PT? Tá certo que agora o placar em condenações está 1 x 0 para o partido da estrela. Vamos ver quando e se esse placar vai igualar ou dar uma virada - quero compartilhar com vocês um trecho (bem grande, diga-se de passagem) do livro Contendo a Democracia, de Noam Chomsky. Esse livro, que já citei várias vezes aqui no Facebook, foi escrito lá pelos idos de 1993. Acho muito válida a leitura desse tipo de material. Olhar para trás é bom para verificarmos se houve algum avanço de lá para cá, ou se continuamos na mesma. E também para fazer correções de rumo. Só não podemos é fazer como a mulher de Ló, que olhou para trás e ficou lá parada para sempre! ;-) Uma primeira advertência: o trecho é longo, talvez muito longo para os padrões de hoje, das comunicações em 140 caracteres. Mas façam um esforço de aos poucos leiam o mesmo e depois de algum tempo de compreensão do mesmo façamos algum debate sobre o que foi lido! O texto, como disse linhas acima, retrata a realidade brasileira do fim da década de 80 e início de 90. Recomendo a leitura, principalmente àquela moçada que nasceu de 1994 para cá e que acredita que o Brasil nasceu junto com eles!!!! ;-) Vocês irão perceber que apesar dos pesares muita coisa melhorou. Tá certo que ainda temos muita coisa para melhorar, ainda mais agora que deixamos de ser um país com população pobre para sermos um país de classe média! O trecho abaixo pode ser encontrado nas páginas 287 e 288. Há mais sobre como era o Brasil nessa época nas páginas seguintes mas o que segue abaixo já dá para termos uma noção de como nosso país no final da década de 80 e início da de 90. Tem coisas que ainda são perceptíveis hoje porém outras tantas melhoraram. ================================== O Brasil é outro país de recursos naturais e de potencial abundantes, submetido durante muito tempo à influência européia e, posteriormente, à intervenção norte-americana, sobretudo desde os anos do governo Kennedy. Entretanto, não podemos simplesmente falar em Brasil. Existem dois Brasis muito diferentes. Num estudo abalizado da economia brasileira, Peter Evans escreveu que o conflito fundamental no Brasil se dá entre os 1% ou talvez 5% da população que abrangem a elite e os 80% que ficam fora do modelo brasileiro de desenvolvimento. A revista Veja escreveu uma reportagem sobre esses dois Brasis - o primeiro, moderno, ocidentalizado, o segundo, afundado na mais profunda miséria. Setenta por cento da população consomem menos calorias do que os iranianos, os mexicanos ou os paraguaios. Mais da metade da população tem renda familiar abaixo do salário mínimo. Para 40% da população, o salário anual médio é de 287 dólares, enquanto a inflação dispara e até as necessidades mínimas ficam inacessíveis. Um relatório do Banco Mundial sobre o sistema de ensino brasileiro compara-o desfavoravelmente com os da Etiópia e do Paquistão, com um índice de evasão de 80% na escola primária, analfabetismo crescente e redução do orçamento. O Ministério da Educação informa que o governo gasta mais de um terço do orçamento da educação com merenda infantil, porque a maioria dos alunos se alimenta na escola ou fica sem comer. O periódico South, que se descreve como A Revista de Negócios do Mundo em Desenvolvimento, publicou uma reportagem sobre o Brasil com o título O Lado Avesso do Paraíso. País de enorme riqueza, sem problemas de segurança, com uma população relativamente homogênea e um clima favorável, o Brasil, ainda assim, tem problemas: O problema é que essa cornucópia é habitada por uma população submetida a condições sociais que estão entre as piores do mundo. Dois terços dela não ganham o bastante para comer. O Brasil tem um índice de mortalidade infantil superior ao do Sri Lanka, uma taxa de analfabetismo maior que a do Paraguai e piores indicadores sociais do que vários países africanos muito mais pobres. Menos crianças terminam o curso primário do que na Etiópia e menos são vacinadas do que na Tanzânia e em Botswana. Trinta e dois por cento da população vivem abaixo da linha da pobreza. Sete milhões de crianças abandonadas mendigam, cometem furtos e cheiram cola nas ruas. Para centenas de milhões de pessoas , o lar é um barraco de favela, um quarto nos bairros miseráveis ou, cada vez mais, um pedaço de chão embaixo de um viaduto. A parcela da renda nacional que cabe às classes mais pobres vem caindo de maneira sistemática, o que dá ao Brasil, provavelmente, a mais alta concentração de renda d mundo. O país não tem imposto de renda progressivo nem imposto sobre ganhos de capital, mas tem inflação galopante e uma imensa dívida externa, ao mesmo tempo que participa de um Plano Marshall às avessas, nas palavras do ex-presidente José Sarney, fazendo referência aos pagamentos da dívida. Seria justo acrescentar que as autoridades estão preocupadas com o problema crescente das crianças desabrigadas e famintas e têm tentado reduzir seu número. A Anistia Internacional - AI informou que esquadrões da morte, muitas vezes chefiados por razão de aproximadamente um por dia, enquanto muitas crianças, forçadas a frequentar as ruas para sustentar a família, têm sido espancadas e torturadas pela polícia (Reuters citando a AI). As crianças pobres do Brasil são tratadas com desprezo pelas autoridades e arriscam sua vida, pelo simples fato de estarem na rua., afirmou a AI. A maior parte das torturas ocorre durante a detenção policial ou em instituições do Estado. São poucas as queixas registradas pelas vítimas ou testemunhas, por medo da polícia, e os poucos casos judicialmente investigados resultam em sentenças brandas.
Posted on: Sun, 17 Nov 2013 20:28:15 +0000

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