Vegetais tem sensibilidade? Podem ser verificados em qualquer - TopicsExpress



          

Vegetais tem sensibilidade? Podem ser verificados em qualquer livro de Biologia de ensino médio ou mesmo no parque da cidade. Em primeiro lugar, fez-se uma grande confusão entre os processos bioquímicos da fisiologia botânica e o funcionamento do sistema nervoso dos animais. Tentou-se atribuir senciência a movimentos celulares quimicamente programados e estimulados, tais como o tropismo e a emissão de substâncias venenosas, esquecendo-se de que o funcionamento do sistema nervoso é baseado em reações eletroquímicas, não apenas químicas. Além do mais, segundo a perspectiva lógica e evolucionista, qual seria a função da dor e do sofrimento nos vegetais, que não podem escapar dos animais e micro-organismos comedores de folhas e caules? Por que as plantas haveriam de evoluir com uma característica – a dorência – que não lhes traz nenhuma vantagem ecológica, nenhum efeito prático? Animais sentem dor porque isso lhes permite fugir dos predadores e protege seu organismo de modo a fazê-lo reagir a agressões externas que poderiam, em última análise, mutilar e corroer seu corpo. Necessitam da senciência também para manter a integridade corporal, visto que o corpo deixará de funcionar adequadamente se lhe for arrancado um órgão ou um membro por ação predatória. Já vegetais não podem fugir, nem têm órgãos a proteger individualmente. Se há um incêndio no local, de nada adiantaria serem sencientes, pois não podem evacuar o local do fogo e a dor só seria um sofrimento totalmente inútil. Se o outono chega e põe as folhas a cair, a planta senciente deveria sofrer e até morrer por sua sensibilidade, mas isso não acontece. Pelo contrário, na primavera a árvore terá de volta todo o seu folheamento restaurado. Se um inseto come uma de suas folhas, não há necessidade nenhuma de se sentir dor no abocanhar do bicho, visto que há milhares de outras para captar gás carbônico, oxigênio e água para a planta e folhas são perfeitamente substituíveis. Se come um galho, a sensibilidade também se faz desnecessária, já que há dezenas de outros ramos em funcionamento – e novos galhos poderão aparecer em seguida. Em relação à esfera moral, está claro na ética vegana: o critério de inclusão ou exclusão de seres vivos é a senciência. Esponjas não são parte do círculo moral humano, visto que não sentem dor nem sofrem – o que, assim como no caso das plantas, também é desnecessário, visto que vivem fixas e imóveis no fundo dos mares. Fungos e micróbios também não têm senciência, os primeiros pelas mesmas razões dos vegetais, os segundos por serem unicelulares e células não terem qualquer organela com função nervosa. O outro ponto é relacionado a supostamente ser mais “cruel” comer um vegetal do que um animal. A autora ignora que, para um único animal, são colhidos frutos ou a totalidade de centenas ou até milhares de vegetais, enquanto o mesmo não se aplica às plantas, por serem autótrofas – produzem seu próprio alimento. Quem come um único pedaço de carne bovina está consumindo o sacrifício de milhares de seres vivos, incluindo o próprio animal e mais incontáveis plantas. Logo, mesmo se os vegetais fossem sencientes e merecessem atenção moral, continuaria sendo mais errado comer animais. E um aspecto final que se faz necessário comentar é a analogia da “exploração vegetal” a ideologias escravistas e segregativas. A autora omite que a legitimação da escravidão e a atribuição de desigualdades “naturais” aos seres humanos foram frutos de irrazão, dogmatismo (às vezes religioso) e pseudociência. Ambas foram sistematicamente refutadas pela ciência ao longo do século 20, a qual mostrou que nada há nos seres humanos que tornem um inferior ou superior ao outro. Por outro lado, a suposta senciência vegetal até hoje não foi provada por nenhum estudo sério revisado por pares e reprodutível. E isso nos leva a uma das mais importantes constatações: o artigo travestido de reportagem não cita nenhuma fonte, tampouco científica, para sua argumentação. A única “referência” a cientistas não cita nenhum nome: “Não muito tempo atrás (quando?), cientistas (quem?) reportaram evidências de que as plantas podiam detectar e crescer de forma diferente caso estivessem na presença de parentes próximos”. veganagente.consciencia.blog.br/artigo-do-nytveja-de-2011-sobre-senciencia-vegetal-nao-tem-nada-a-ver-com-ciencia/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+veganagente+%28Veganagente%29&utm_content=FaceBook#.UcyDc2eneFs
Posted on: Thu, 27 Jun 2013 18:40:42 +0000

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