Visibilidade pelo Poder do Consumo por: Luciane Mediato "A - TopicsExpress



          

Visibilidade pelo Poder do Consumo por: Luciane Mediato "A supremacia do ter sobre o ser é uma realidade na sociedade contemporânea." A sociedade atual vive em uma eterna busca pelo status, fato que, entre outras questões, está associado ao consumo: o ter se sobrepõe ao ser. A necessidade de consumir surge com a ascensão da burguesia e se fortalece no início do século XX, com a instalação do processo de industrialização e a produção em larga escala. Segundo Lucieneida Dovao Praun, mestre em sociologia e professora da Universidade Metodista de São Paulo, na sociedade capitalista o consumo é o centro da vida. “E as desigualdades sociais que existem geram conflitos entre classes. Jovens matam por causa de um tênis. A necessidade de pertencer a uma classe é desumana”, afirmou. De acordo com a professora, consumir virou sinônimo de status e de felicidade, e neste sentido a sociedade pode ser dividida e classificada em dois níveis, os incluídos e os excluídos. Este último grupo, passa despercebido pelos demais, como se fossem invisíveis. “O status está associado ao poder. Um exemplo é quando usamos uma calça de determinada marca. Isso, no inconsciente das pessoas, dá uma sensação de pertencimento a uma certa classe social ou quando dirigimos um carro importado mais potente, destes luxuosos. São todas necessidades subjetivas e do pensamento, não do estômago”, comparou. A sociedade do consumo como existe hoje é uma característica que se desenvolveu nas últimas três décadas, explicou o doutor em filosofia Marcelo Carvalho. “Há 50 anos, o apelo publicitário não era tão intenso. Segundo ele, a necessidade do consumo domina o nosso cotidiano de uma forma que as pessoas não conseguem perceber. “A propriedade está vinculada à ascensão de classe social. Classes menos abastadas se tornam invisíveis como demonstra o documentário “À Beira da Estrada”, produzido por estudantes de audiovisual. “A ideia da produção surgiu levantando a hipótese de que a vida de um vendedor de estrada seria um tanto quanto solitária. Queríamos saber de um próprio comerciante, qual a sensação de ser apenas parte da paisagem, muitas vezes invisível para aqueles que passam em seus carros”, explicou Lucas Rodrigues Miguel, 22, um dos produtores do filme. Segundo o estudante, após o final das filmagens, começamos a perceber certos detalhes que não nos chamavam atenção, antes. “Não só passei a observar vendedores de estrada de maneira diferente, mas também lixeiros, faxineiros, cobradores de ônibus, encanadores, carroceiros e outros. Por se tratarem de profissionais negligenciados por nós, essas pessoas se tornaram invisíveis para sociedade, e muitas vezes não são reconhecidas por nós”, disse.
Posted on: Mon, 02 Sep 2013 04:42:23 +0000

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