Viver a Vida”, 1962. Esse filme poderia se chamar “Estudos - TopicsExpress



          

Viver a Vida”, 1962. Esse filme poderia se chamar “Estudos sobre Anna Karina”: cerca de 80% das cenas são planos fechados das expressões da atriz francesa. Não que isso seja um problema, afinal é impossível se cansar de sua figura. Musa do cineasta Jean-Luc Godard, Anna fez aqui sua terceira pérola sob a batuta do diretor – ainda viriam muitas outras. Com apenas 22 anos, já tinha carisma e beleza suficiente para levar o filme nas costas – depois de ver essa obra, fica bem evidente em quem Uma Thurman se inspirou para compor sua personagem em “Pulp Fiction”. “Vivre Sa Vie” acompanha sua Nana se perdendo na vida de prostituição, enquanto vai abrindo mão de seus sonhos. Tudo é mostrado de forma muito sutil, quase sempre sugerida. A grande graça é observar Godard, no auge da criatividade inovadora, quebrando as regras e padrões do que era feito até então. Sua câmera travessa escolhe ângulos inusitados e arrisca movimentos que inserem leveza na obra. De quebra, ainda faz um contraponto entre a França conservadora e a nova geração que tomava as ruas. “Viver a Vida”, em toda sua aparente simplicidade, é uma ode ao poder e fascínio das imagens no cinema – ainda eficiente e inspiradora.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 17:56:35 +0000

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