Você é um idiota útil? É difícil precisar onde, como e - TopicsExpress



          

Você é um idiota útil? É difícil precisar onde, como e quando o termo surgiu. Usado aqui e acolá, e em diversos períodos, parece acertado que foi cunhado por Lenin, que teria o empregado para identificar esquerdistas liberais e social-democratas,úteis dentro da manipulação política em que era bem versado. Foi Ludwig von Mises, no entanto, que atribuiu o significado amplamente difundido na segunda metade do século XX e que é, até hoje, o que melhor traduz a sua natureza maquiavélica: idiota útil é aquele simpatizante do Comunismo que é manipulado (sem saber, por definição) para a consecução dos seus objetivos. Você, manifestante, é um idiota útil? A resposta está contida em três análises: daquela coisa velha e chata, a que chamamos de História, dos agentes e de por que estes agem. O movimento comunista tem sua base doutrinária e teórica principal em Karl Marx, a ponto em que não é possível falar em Comunismo sem falar em Marx. Este, por sua vez, desenhou a sociedade usando como pano de fundo a dialética hegeliana e a força criadora da destruição, que a caracteriza.O doutrinador alemão transpôs tese, antítese e síntese para o plano material: cada componente da dialética de Hegel era representado por uma classe,queassumiria o papel de agente do processo. Tudo isso, claro, por meio da tal destruição criadora (e aqui, faço um parêntesis: Marx não só prescrevia a violência como atribuiu o fracasso da Comuna de Paris ao fato de que os revoltosos não aniquilaram completamente seus adversários). Aí restava a fórmula que consubstanciou a maior desgraça do século XX: o Comunismo. Entretanto, foi Leninque deu forma política e prática à teoria marxista. Os fundamentos teóricos foram transliterados em luta política, no complexo e fragmentário cenário da Rússia czarista. Seus adversários políticos eram tratados como inimigos a serem esmagados, e ceder era apenas uma forma de concessão temporária. Erigida sobre o Marxismo, materialista, e sobre a tática e a estratégia leninista, a política virou teatro de guerra e o resultado imediato foi uma sangrenta revolução, a qual vitimou cerca de 9 milhões de pessoas¹. O projeto leninista, violento e assassino, formou e forjou a União Soviética. Sua influência foi de tal ordem que toda análise da URSS deve passar pela compreensão da profilaxia política prescrita pelo revolucionário russo. Esse projeto, porém, ficou, em termos, restrito à URSS² até o fim da Segunda Guerra Mundial. Stalin, que iludira todo o ocidente com o engodo retórico de “socialismo em um só país”, passou a exportar revoluções por todo o globo, primeiro na zona de ocupação na Europa Oriental, depois em satélites espalhados em todos os continentes. O PCUS – Partido Comunista da União Soviética – dirigia e orientava os diversos partidos comunistas em todo o mundo, que seguiam a linha belicista russa. Após a morte de Stalin, em 1953, e diante do insucesso das revoluções que patrocinavam, os soviéticos passaram adotar, concomitantemente à luta armada, uma linha alternativa: a revolução deveria ser cultural, de dentro para fora, através da infiltração e corrupção das instituições e sociedades ocidentais. O XX Congresso do PCUS, em 1956, marcou essa mudança de direção, ainda que a luta armada não fosse abandonada, mas relegada a um papel complementar. Essa nova linha vinha de encontro a uma intelligentsia formada por neomarxistas, originada na Alemanha e exportada para o mundo: a Escola de Frankfurt. Marcada pelo desenvolvimento intelectual do Marxismo e motivada por uma cruzada anticapitalista, a Escola se dedicou a explorar a aplicação prática da dialética hegeliana. Herbert Marcuse, talvez o mais influente dos neomarxistas, obteve grande êxito na politização de suas teorias. Sua influência é inegável: a virtual totalidade do meio acadêmico americano e europeu, agora, era neomarxista frankfurtiano. Direito, sociologia, economia, filosofia, pedagogia, história, ciência política e outras ciências humanas estavam todas infiltradas, impregnadas e dirigidas pela ideologia vermelha. Comunismo, então, não correspondia apenas a aquele significado de almanaque. Passou a designar algo muito mais amplo e sofisticado, sem, no entanto, perder contato com o Marxismo clássico, uma vez que as bases deste estão presentes no Marxismo cultural, sem, no entanto, limitá-lo. Essa é a nova face do Comunismo. A partir daí, oque se viu na segunda metade do século passado foi a hegemonia do pensamento marxista: o Homem foi reduzido a um ser social, cuja individualidade foi relativizada; a espiritualidade foi atacada por todos os meios, em detrimento da promoção do ateísmo militante; dualidades de poder foram criadas, colocando setores da sociedade em lados antagônicos; e a intervenção estatal e o domínio do Estado na vida pessoal colocaram o indivíduo de joelhos. Essa revolução cultural só foi possível com a utilização de grupos humanos como agentes de mudança, como as classes o eram dentro do Marxismo clássico. Agora, não era o proletário contra o burguês, mas o branco contra o negro e vice-versa, mulheres contra homens, ateus contra religiosos etc. Cada segmento da sociedade foi explorado com o fim de criar dualidades de poder, que eram devidamente infiltradas e manipuladas. Isso não passou despercebido pelo Kremlin. Com um orçamento secreto e quase ilimitado, esses novos agentes, anticapitalistas e antiocidentais pela função que exerceriam, passaram a receber apoio financeiro e intelectual russo, em operações tão complexas e profundas que restavam invisíveis.O propósito era corroer e destruir as instituições antirrevolucionárias e “burguesas”, como a família, as Forças Armadas e as religiões, entraves naturais do esquema revolucionário. O resultado é que gerações inteiras de idiotas úteis foram formadas, num processo que foi bem descrito e denunciado pelo desertor Yuri Bezmenov³. Mas não foi apenas a KGB que percebeu as potencialidades dessa massa. Globalistas metacapitalistas também enxergaram a oportunidade de usar os idiotas úteis para seu proveito e com o objetivo de solidificar um governo mundial, por meio de organismos internacionais, quebra das soberanias jurídicas nacionais e ONGs inseridas na revolução cultural marxista. Os mecanismos são diferentes, mas a tática é a mesma: infiltração nos vários segmentos da sociedade civil e direcionamento das reivindicações populares, ainda que, por muitas vezes, justas. E o que tudo isto tem a ver com as recentes manifestações no Brasil? Tudo. O movimento, “espontâneo”, surgiu de fato pelas mãos dos círculos anarquistas universitários de São Paulo, representados por diversas organizações de caráter anticapitalista, como o Território Livre, o Anonymous e o Levante Popular da Juventude. Aderiram ao movimento agremiações associadas a partidos políticos, como a ANEL (PSTU) e o Todos Juntos Por Um Futuro Melhor (PSol), além de ONGs como a AVAAZ.org e a change.org, ambas fundadas com capital de George Soros, megacapitalista comprometido com o marxismo cultural. Para entender o que esses agentes representam dentro do movimento revolucionário, basta-nos ver pelo que e contra o que lutam: os grupos anarquistas são desconstrucionistas e combatem o ordenamento estabelecido; o grupo Território Livre é uma organização antipolicial; o Levante Popular da Juventude é militante de Esquerda; os grupos dos partidos de extrema-Esquerda combatem o PT porque o partido não é comunista o suficiente; e as ONGs globalistas combatem a família, a religiosidade, a heteronormatividade, o desenvolvimento e apoiam abertamente o aborto, o Direito militante, entre outras agendas progressistas, além de acirrar as relações entre os segmentos da sociedade civil. Todas, portanto, organizações anti-capitalistas e/ou comunistas. É a estes grupos que os brasileiros estão confiando a coordenação e o direcionamento das manifestações. Lenin, aquele que cunhou o termo “idiota útil”, já fazia a distinção entre espontaneidade e “espontaneidade”⁴. Mais além, disse que “os operários (...) não podiam ter ainda a consciência social-democrata” que “esta só podia chegar até eles a partir de fora”. O que foi dito por ele, há mais de 100 anos, continua pertinente. A revolta manifesta do povo brasileiro é inteiramente justificada. A população não só tem o direito de protestar contra o estado de coisas, mas o dever de rejeitar o que é inaceitável. Mas para gozar de legitimidade plena, para ser uma expressão real da vontade de um povo, deve se afastar de toda e qualquer organização que represente a mesma cultura contra a qual está protestando. E isso implica, necessariamente, em se afastar desses grupos e em acabar com a sujeição ao papel de idiotas úteis a que esses órgãos pretendem subjugá-la. Daniel Wachholz 2º TEN INF/R2 ________________ ¹Entre conflitos da Guerra Civil, fome provocada, doenças, migrações forçadas e ondas de terror repressivo e vingativo. ²Em termos porque houve a tentativa de fomentar a revolução em diversos núcleos na Europa Ocidental, como, por exemplo, na Alemanha e na fracassada intervenção na Polônia, com a Guerra Polaco-Soviética. Todas aventuras pontuais, que sucumbiram ante uma “concessão temporária”. ³Yuri Bezmenov, antigo agente russo, desertou para os EUA, onde, sob o alias de Tomas Schuman, denunciou a corrupção do Ocidente pelos soviéticos. ⁴Na obra “Que fazer?”.
Posted on: Thu, 20 Jun 2013 00:28:59 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015