Vocês, minha classe, que sussurram versos à noite. À beira do - TopicsExpress



          

Vocês, minha classe, que sussurram versos à noite. À beira do silêncio gritam uma explosão estrelar. Não há mais tempo. As palavras não podem ser mais mudas. Precisamos de troncos, árvores e frutos. Não há mais tempo para cafés. Não há mais. As pedras estão na vidraça e esse é o nosso som. Larguemos o chá com torradas, o porre e a palavra de Deus. Carlitos, meu amor, cadê a sua pedra? Sua palavra-pedra-pena? Vista seu alvinegro uniforme: chapéu-côco, bengala e... vamos brincar de correr da polícia? "Uma selva de bombas, uma salva de pedras." Vamos à praça. À porta do cinema. O poema é um grito, um panfleto. Algo que lira! Vamos ensinar o negro: a morte da exploração. O vermelho: o sangue no nosso rosto milenar. E a menina-menino passa. E o menino-menina passa. E o menino e a menina passam. Em marcha e sorriem do perigo e choraram-riem do gás. Vamos praticar poesia nos estilhaços do mundo-Cão. E não bastam os vidros. E não bastam os manequins e suas calças de jeans. É o banco, o mundo e seu jeito de roubar a todos. Eu sou meu, eu sou nosso, minha classe, meu punho cerrado, meu amor. O Cão não olha nos olhos da menina, que é negra não só nos olhos e na roupa. É negra na carne do avô-mãe-filha. Poetas, vamos nos organizar e viver o mais belo épico?
Posted on: Mon, 05 Aug 2013 16:35:37 +0000

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