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ZeroInformativo "em questão"Portal do Governo FederalPortal da Agência de NotíciasPortal de Serviços do Governo Tão perigoso quanto o cigarro O narguilê, narguilé ou arguile está se popularizando no Brasil e virando moda, principalmente entre os jovens, em festinhas de fim de semana ou reunião entre amigos. Muitos pais e até mesmo os próprios usuários não sabem que este produto consegue ser bem mais tóxico que o maléfico cigarro. Para quem não está se recordando do assunto, o narguilê é uma espécie de cachimbo largamente usado pelos turcos, hindus e persas, composto de um fornilho, um tubo, um vaso cheio de água ou algum outro líquido (vodka, arak, licor, etc) por onde o tabaco passa antes de chegar à boca. É denominado por alguns adolescentes de ´´cachimbo da paz´´, pois trata-se de um fumo coletivo, passando de boca em boca. O economista e comerciante, proprietário da Casa de Chá e Café Árabe Khan el Khalili de São Paulo, Jorge Sabongi, conhece o assunto, uma vez que sua seu Café o faz pesquisar diversos costumes árabes. Ele conta que o nome narguilê vem do Persa ´´narguil´´, que quer dizer ´´coco´´ porque as primeiras bases encontradas na Pérsia e na Mesopotâmia eram redondas de côco ou madeira. ´´É conhecido pelos povos árabes como Arguile ou Shisha. E como Hookah na Índia e Turquia´´, diz. ´´No Brasil, acredito que pelo desconhecimento dos efeitos que ele possa causar, o narguilê tornou-se um modismo entre os jovens. Tornou-se in. Na verdade, públicos de todas as idades embarcaram, do ano 2000 para cá, nesta aventura de fumar arguile com a simplicidade como se toma um suco natural nos bares. Só que os efeitos de um suco e o fumo são diametralmente opostos´´, alerta. O fato é que muitas pessoas justificam que o narguilê seria inofensivo porque a água ou outro líquido dentro do vaso supostamente filtraria os malefícios do tabaco. Mas isso não é verdade. Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) mostrou que uma sessão de arguile equivale a nada menos do que fumar 100 cigarros. A quantidade de fumaça e substâncias tóxicas inaladas nos dois casos é a mesma. O pneumologista Carlos Alberto Viegas, autor do estudo, conta que a água ou líquido aquecido filtra apenas 5% das impurezas. Outra falsa informação é a de que o produto não vicia. As altas concentrações de nicotina denunciam o engano. Também se deve levar em consideração que o ato de compartilhar a biqueira com outras pessoas pode transmitir doenças como herpes, hepatite e até tuberculose. Sabongi conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que a fumaça do arguile contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras. ´´Ao contrário da crença popular, esses cachimbos de água têm nicotina suficiente para criar dependência, mas, por estar menos concentrada, reduz as náuseas e permite que o consumidor consiga ficar mais tempo exposto às substâncias cancerígenas do tabaco e a gases perigosos, como o monóxido de carbono´´, explica. O pior de tudo é que o narguilê está servindo para experiências ´´espetaculares´´ à diversas pessoas. Muitos grupos de amigos resolvem colocar bebidas com alto teor alcoólico onde deveria ir água, misturam balas de menta moídas com o fumo e usam inclusive para fumar maconha de uma forma diferente. ´´Isso é real. Infelizmente entre os jovens da atualidade existe um modismo e uma apologia ao uso da droga. Tudo isso é fruto de má formação emocional nos lares, onde a auto-estima não é cultivada desde a tenra idade. Mas este seria um estudo de sociologia amplo para discussão´´, observa Sabongi. O que vale deixar bem claro é que o narguilê em si, sendo utilizado da maneira correta com fumo com aroma de frutas, melaço e aromatizantes, já é prejudicial à saúde. Portanto, a utilização com qualquer produto que não seja o usual é pior ainda. ´´O Ministério da Saúde, acredito eu, foi pego de surpresa com um produto que é totalmente novidade nos laboratórios de estudos aqui do Ocidente. Então não existe legislação que fale sobre o uso de arguiles, pois as pesquisas começaram a apresentar seus resultados recentemente através dos alertas da OMS. Enquanto isso, todos os dias surgem diversas novas receitas, feitas de forma desmensurada e inconsequente no que se refere ao uso de arguiles. O resultado disso, iremos constatar nos próximos anos´´, afirma. Sabongi explica que o arguile tem como origem o Oriente. Uma das versões é a de que teria sido inventado na Índia do século 17, pelo médico Hakim Abul Fath, como um método para retirar as impurezas da fumaça. Quando chegou à China, passou a ser utilizado para fumar o ópio, e assim permaneceu até a revolução comunista, no fim da década de 40. Na mão dos árabes, o cachimbo de água foi rapidamente incorporado para ser apreciado em grupo, acompanhado de café e prosa. As peças mais primitivas eram feitas com madeira e um coco que fazia o lugar do corpo. Com o desenvolvimento das civilizações e as expansões territoriais, o arguile, já similar ao que conhecemos hoje com base de cerâmica ou porcelana e corpo de metal, começou a ser divulgado, e trazido junto com especiarias como cravo e canela. Existem diversos tamanhos de arguile e os preços variam de R$70 a R$100. Os mais sofisticados variam muito de preço. ´´É bom lembrar que no início deste modismo todo, um arguile comum custava em média R$400 no Brasil. Após a chegada de tantos containers desta mercadoria e seus apetrechos, o custo caiu sensivelmente´´, revela. ´´É conveniente ressaltar que os hábitos dos povos orientais são completamente diferentes dos nossos. O que pode ser bom para eles, não necessáriamente se encaixa para nós. Fumar arguile nos países árabes é comum nas ruas, nos bares, nas casas e em ocasiões especiais. A preocupação governamental com a saúde nestes países não leva ao grande público, dados importantes para a sua manutenção e consequências da falta de cuidado´´, argumenta. ´´A força da comunicação e da mídia nestes países é infinitamente menor do que no Ocidente. Você não encontra anúncios de prevenção contra muitas doenças e a infra-estrutura sanitária de todos eles deixa muito a desejar. Logo, negligencia-se muito o que diz respeito aos cuidados com a saúde´´, conclui. Autor: Khadine Novaczyk Fonte: A Gazeta Principal Mais notícias
Posted on: Sat, 22 Jun 2013 15:13:27 +0000

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