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apoio as diretas, mas sabendos e afirmando desde já as limitações desta pauta. o atendimento dessa demanda passa muito longe de resolver os problemas por que passa a universidade -- afinal, já existem hoje universidades em que não só toda a comunidade acadêmica vota, como universidades em que o reitor eleito foi o reitor do movimento; e mesmo assim nessas universidades imperam a perseguição política, a repressão e a submissão do conhecimento ao mercadologismo mais rasteiro. entretanto, acompanharei os estudantes que acreditam nas diretas por acreditar que esta luta é um processo muito importante para o movimento estudantil, para o nosso amadurecimento conjunto, para a criação e o desenvolvimento de formas de luta, instâncias organizativas, etc. dentro da pauta de diretas, acredito que o voto universal é o que tem mais potencial para atrair o maior número de estudantes para a luta, e ao adotar essa bandeira, o movimento estudantil se alia com os setores mais dinâmicos dos trabalhadores, que sabem que só a força da maioria é capaz de construir um poder real capaz de fazer frente aos interesses que movem a burocracia universitária. Faço uma crítica dura, portanto, aos meus camaradas que levantam a bandeira "estrutura de poder", mas quando propõe eleições paritárias ignoram que a influência dos professores, especialmente dos titulares, vai muito além do peso de seu voto, e portanto aceitar a paridade como bandeira do movimento é fechar aos olhos na prática a essa estrutura de poder que dizemos combater. por fim, é preciso não cometer o mesmo erro de 2011, quando ficamos isolados. naquele momento, a conjuntura nos era desfavorável, mas depois deste junho, tudo mudou: então, combater a pm parecia desvarios de playboys desocupados; agora temos uma experiência massiva de repressão de protestos, temos amarildos, ricardos e todos os torturados e desaparecidos da democracia que não voltarão a serem varridos para baixo do tapete, temos a brutal repressão no Rio de Janeiro, temos unesp, unicamp e unifesp também lutando contra a pm e a repressão, temos a periferia que nunca dormiu e sempre soube a verdadeira face da nossa políca. é preciso usar a luta pela democracia na usp para alçar a luta contra a repressão. enquanto o convênio com a pm estiver de pé, enquanto os espaços estudantis estiverem sob ameaça, enquanto houver processo aos que lutam, tudo o mais empalidece. e hoje, estas não são questões restritas ao interior dos muros da universidade. a possibilidade de unificação das revoltas é muito maior neste ponto. [Não temos ilusão quanto às diretas porque sabemos que nenhuma reforma mudará o rumo da universidade, e defender isso, como faz a maioria dos grupos, é puro engodo. Uma universidade dentro de uma sociedade totalmente voltada ao mercado, como hoje, nunca produzirá nada de relevante ou progressista, nunca produzirá nada de independente, seja ela "democrática" ou monarquista. Não há paliativo. Não há estatuinte ou revolução francesa que resolva. Também não temos ilusão com essa pauta porque sabemos que há universidades onde funcionam as "diretas" para reitor, e o cotidiano de balcão de negócios e perseguição ao ME/trabalhadores se mantém. Não temos ilusões nas diretas, por fim, porque sabemos que elas no máximo parodiariam a "democracia" que temos na grande política da nossa sociedade -- "democracia" que todo jovem universitário sabe que é uma farsa -- assim como a "estatuinte" é uma farsa, mera paródia de uma "constituinte". É por isso que nós, do TERRITÓRIO LIVRE, entendendo que esta pauta é limitada, propomos a inclusão da pauta contra a repressão (fim dos processos a trabalhadores e estudantes, fim do convênio da USP com a PM, fim das ameaças aos espaços estudantis) no eixo do movimento, que pode nos unificar com a Unicamp, Unesp e Unifesp e o conjunto da sociedade que viveu a experiência da repressão nas ruas em junho. Defendemos isso porque exigimos liberdade, porque sabemos que se ainda pode haver algo de progressista na universidade, está nos espaços que acontecem apesar e contra a vontade desta universidade; está no encontro, na festa, no sarau, no ato de rua, enfim, na liberação das energias transformadoras que a juventude carrega. Essa energia é fundamental para contaminar a classe trabalhadora, para nos aliarmos a ela.]
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 20:46:24 +0000

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