diariocoimbra.pt/ Qual é a dúvida? Não há dúvida que não - TopicsExpress



          

diariocoimbra.pt/ Qual é a dúvida? Não há dúvida que não vivemos anos e anos de paz consecutiva… É certo que nunca nos preocupamos com as erupções bélicas de África. Desde a Guerra Colonial ficou mais longe. Mas o novo formato de Carnaval do Rio que se avizinha (o povão já não quer só futebol e samba…) e as escaramuças turcas (que afinal parte ainda é Europa e que tem o pedido de adesão em marcha; será um futuro ex-membro!) fazem-nos recordar que o Mundo é um local difícil para se viver e a Europa ainda mais. Nós por cá fazemos, sempre que podemos, umas guerrinhas. Coisa pouca. Assim sempre pueris. Umas invasões de sala, umas invasões de escolas, um dia de farra nestes intervalos de Queima, de Festivais e de excessos. E o anúncio de vitórias de Pirro à porta de Escolas como se de Coliseu se tratasse. A pergunta, pouco profunda e despretensiosa, é “qual é a dúvida?”. Se há menos alunos, se o ensino é universal, se o País está (desde sempre, segundo Vitorino Magalhães Godinho ao que parece) inclinado para o Mar, para o Litoral então qual é a dúvida? Se todos estão a ser confiscados, saqueados, agrilhoados o que distingue essa classe, relevante, sem dúvida, dos professores? Se há menos alunos quererão transformar-se em preceptores e instituir a máxima um aluno, um professor? Se defendem- defendemos?- o ensino público então não terão de ir dar aulas onde, ainda, há alunos seja a quantos kilometros for? Se todos vão ter de trabalhar até os 65, depois aos 66, depois aos 70, se os funcionários públicos vão ter um horário de trabalho aproximado ao privado (mínimo 40h) o que os excepciona? Se todos defendemos que os polícias são para andar nas ruas a garantir segurança e não atrás da secretária a minutar ofícios não serão os professores mais necessários a ensinar do que destacados em serviços descontextualizados? Se não têm trabalho o que os distingue do milhão que já está no desemprego? É possível continuar a pagar com horário zero? Os professores nunca serão uma profissão descartável, menor, dispensável. Mas é uma profissão em mutação. Como antes foram outras (os despachantes) como à frente outras serão(os médicos). Nestas mudanças anunciadas a falta de antecipação e o tentar remar contra a realidade prejudica sempre quem não quer ver o que entra pelos olhos dentro. A turba (seja no Rio, em Instambul ou na lisboeta Avenida da Liberdade) rege-se sempre por valores pouco racionais. A mole humana é sempre instrumentalizada por agitprop profissionais, por profissionais da negociação, por elementos que só se querem proteger a si próprios. Os professores, todos, têm o destino traçado. Sombrio, como o de todos nós. Os que estão mais protegidos são os que deveriam ter antecipado as mudanças e transigido enquanto valia a pena. Os dirigentes sindicais. Os que continuarão a ser e os que aqui e ali transigem e entregam ao sacrifício quem deveriam proteger em troca às vezes das suas próprias benesses e ouras vezes em nome de uma cegueira proverbial que não impede nunca o curso da história. Lembram-se dos farmacêuticos? Qual é a dúvida?
Posted on: Tue, 18 Jun 2013 23:02:30 +0000

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