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eis a resposta do mufti da beira Mufti Ismail Abdullah Ismail Daarul Iftá- Beira 07 de Zhul-Hijjah de 1434 13 de Outubro de 2013 P- Respeitado Mufti, acabo de ler um artigo em que vem citado que a divisão nas celebrações dos ‘Ides têm a ver com o capricho de alguns muçulmanos que se querem impor sobre os outros. Estou totalmente confuso acerca da questão da lua, será que existem ‘Alimos que estão a “Manipular” a questão da lua? O pior é lermos e ouvirmos insultos entre nós muçulmanos através de SMS , Facebook, Email, nas palestras,etc. Por favor, comente. السلام عليكم ورحمة الله وبركاته Recebemos a vossa questão no que diz respeito à visualização da lua e o nosso comentário é o seguinte: R- O assunto da visualização da lua sempre foi um assunto fácil e simples, embora nos últimos anos esta questão se tenha transformado num bicho de sete cabeças. Sayyidun. ‘Abdullah Ibn ‘Umar _ narra que Rassulullah _ disse: “Jejuai ao verdes a lua e deixai de jejuar ao verdes a lua. Se houver algum obstáculo na sua visualização, então completai 30 dias”. (Bukhári 1\255). Este princípio fácil, simples e natural foi sempre posto em prática, o que aliás, está em conformidade com o espírito do Isslám. Entretanto, nós mesmos é que complicamos esta questão, pois na relidade ela não é de forma alguma, de dificil resolução. O que deve prevalecer no debate sobre esta matéria é a boa intenção (Ikhlaasse), a compreensão e o bom senso. Todavia, discordamos completamente quando se diz que a questão da visualização da lua está baseada em caprichos e rebeldias de alguns ‘Alimos, muito pelo contrário, a questão da lua está simplesmente baseada em “diferença de opiniões e pareceres”. Pois, temos toda a certeza que nenhum ‘Álim que esteja adornado de Taqwa (Temor em Allah) e 2 conhecimentos da vida de Rassulullah _ poderá utilizar o Din (Religião) para satisfazer seus próprios desejos e caprichos. A questão da lua é mais um dos assuntos em que existem divergências entre os ‘Ulamá. O exemplo desta diferença de opiniões é como a existente na fotografia, Khutba em português, Salát Taráwih (8 ou 20 Raca’tes), consumo de animais aquáticos além do peixe, as mulheres no Massjid e muitas outras questões divergentes que são praticamente inumeráveis. Cada ‘Álim de acordo com a sua investigação e análise alcança sua própria conclusão. No assunto da lua, o princípio é o mesmo, não foge a regra. Portanto, Alguns ‘Ulamá aceitam a visualização da Arábia Saudita e outros rejeitam por motivos óbvios, evidentemente. Os seguidores da Arábia Saudita dizem que eles estão certos e os outros estão errados. E os protestantes da visualização da Arábia Saudita dizem o mesmo, isto é, que eles estão certos e os outros estão errados. Uma vez que os dois grupos dos ‘Ulamá não conseguem chegar á um consenso e unanimidade, é mais que óbvio que sempre teremos dois ‘Ides. Contudo, a celebração de dois ‘Ides em dias diferentes não é sinónimo de desunião entre muçulmanos; embora, este resultado ou a consequência desta divergência (celebrações em dias diferentes) não seja algo pretendido e desejado por algum muçulmano. Consequentemente, é imperativo que haja um esforço redobrado para se uniformizar os critérios e conseguir se possível, que as celebrações sejam em data única. Como esta divergência e analise no assunto da lua já está estabelecida na nossa comunidade, certamente, com poucas alternativas para rapidamente oferecermos uma solução, então, neste momento, no mínimo que devemos fazer e obedecer, é não quebrar o princípio de Irmandade (Ukhuwah) ordenado por Allah _ , estabelecido por Rassulullah _ e encontrado em todos os companheiros de Rassulullah _. Allah _ diz: “Certmente, os crentes são irmãos uns dos outros; reconciliai, pois, os vossos irmãos,e temei a Allah para vos mostrar a misericórdia”. (Surah Al-Hujuraat 49:10). Sayyidun. Abu Hurairah _ narra que Rassulullah _ disse: “Um muçulmano é irmão de outro muçulmano. Ele não o trai, não lhe mente, nem tampouco o humilha. Tudo o que pertence a um muçulmano, sua honra, sua propriedade, e sua vida, é sagrado para outro muçulmano; e o Taqwa (A piedade) está aqui (apontando para o seu coração). Para se considerar um mal é suficiente alguém desprezar o seu irmão muçulmano”. (Tirmizi). Este Hadisse incentiva a todos crentes e todas crentes a expressarem um amor mútuo e não desprezar uns aos outros. Usar vias de comunicações como Facebook, Sms, Email, Twitter, Mimbar (púlpito), jornais e outros meios de comunicação para denegrir imagens de ‘Ulamá e muçulmanos duma forma geral é totalmente proibido (Harám). As diferenças de opiniões sempre existiram e sempre existirão. E, o exemplo destas diferenças é facilmente 3 encontrado na vida dos companheiros de Rassulullah _, Quatro Imámos e, isto nunca foi algo anormal ou obscura na história Isslámica. O grande problema e obstáculo que os nossos irmãos têm afrontado é de não saber como lidar e resolver tais enigmas. Assim sendo, os irmãos não devem transformar as divergências de opiniões em divergências de corações, pois, isto jamais acontecera com os próprios Imámos, então porquê cria-las e fomentá-las? Shaikh Muhammad Zuhaili comentando acerca da discriminação ideológica ou das escolas diz: Aqui apressamo-nos a afirmar: As divergências dos líderes, dos sábios (‘Ulamá) e os homens do bem, nos pontos de vista, é uma divergência causada pela instituição do esforço individual de investigação. Porém, o fundador da escola não aceita a isenção do erro para si próprio, nem aceita o erro e a oposição do esforço individual doutro, caminha sobre o seguinte princípio: “Que ele (o analista) alcançou o que julga ser a verdade na investigação do qual é ordenado, que no seu ponto de vista está correcto não excluindo a hipótese de estar errado, e a opinião do seu opositor está errada admitindo a hipótese de estar correcta”. E reiteramos neste contexto, com toda certeza e convicção, que a divergência dos homens do bem entre eles, dos exegetas e dos líderes tinha como objetivo alcançar a verdade nas investigações e análise, reflexão e meditação nos versículos do Qur’án, nos dizeres do Profeta _ e as divergências nos meandros da língua árabe e a sua interpretação. As causas das divergências dos ’Ulamá, comentadores do Qur’án, não é resultante dos prazeres e das paixões, são impostas pela própria natureza humana, pelos mecanismos linguísticos, acontecimentos, factos e a compreensão dos próprios textos do Qur’án e Hadisse. Os livros de biografia e história reiteram a posição dos líderes, uns em relação aos outros, caracterizada pelo respeito mútuo, amor forte, confiança, pensamento positivo com ressalvo da grandeza inibida, com elevação e reverência, exemplos disso são inúmeros, nem o calculador era capaz de enumerá-los. Quem pretende ter mais conhecimentos a esse respeito que leia a biografia do Imám Málic, os seus debates com Imám Abu Hanifah, os seus manuscritos para Laisse Bin Saad, a posição do Imám Sháfi’ e Imám Muhammad Bin Hassan Shaibáni, que Allah os tenha na sua misericórdia. E quem rejeita ou duvida nisso, é porque ignora a história desta nação, tem ódio, rancor e inimizade com os seus sábios, aqueles que a sua sinceridade era o guia, a adoração de Allah era seu objetivo, a satisfação de Allah a sua pretensão, ir á procura da sabedoria e da verdade era o mais importante desejo. Mesmo assim, surgiu nas épocas posteriores (assim como na época presente) quem se exaltou com esta questão até ao ponto de difamar e desprezar quem se opunha as suas ideias, até que a discriminação os levou a um fim fatal, resultados lamentáveis e tratamento deplorável, que o Isslám e os fundadores das escolas estão isentos dos mesmos. (Al I’tidálu fit tadayyun pág. 229, versão portuguesa). 4 A raça desta discriminação repugnável despontou o que é gravemente lamentável e todo aquele que fomenta clama estar a trabalhar para o Isslám. A eliminação desta descriminação moderna e repugnante consiste em sermos sinceros nas acções somente por Allah. As divergências do ponto de vista não devem conduzir à divergência dos corações. O tempo que se leva nas discussões e brigas em nada nos beneficiará neste mundo, pelo contrário, a desgraça e o castigo vai para o seu praticante na vida do além(Ákhirah). A divergência correcta cujo objetivo é alcançar a verdade não pressupõe tudo isso. Devemos orientar-nos através de exemplos positivos e negativos que constam na história Isslámica e rectificarmos a rota do percurso para avançarmos, caso contrário, o fracasso total, a desunião, a inimizade, o ódio e o rancor serão a nossa colheita. (Que Allah _ nos proteja). O Qur’.n aconselha-nos a uni.o, a força, a cooperaç.o e a assistência m.tua. Allah _ diz: “E segurai-vos, todos juntos, com firmeza, a corda de Allah, e não dividais; e recordaivos do favor de Allah para convosco; porquanto éreis inimigos e Ele conciliou os vossos corações e, agora, mercê da Sua graça, convertestes-vos em irmãos, e quando estivestes à beira de um abismo de fogo, (Allah) dele vos salvou. Assim, Allah vos elucida os Seus versículos para que possais ser guiados”. (Surah Al-‘Imraan 3:103). E diz: “E não sejais como aqueles que se dividiram e discordaram depois de lhes terem chegado as provas claras, para eles haverá um grande castigo”. (Surah Al-‘Imraan 3:105). E diz: “Ajudais-vos mutuamente na virtude e na piedade”. (Surah Al-Maaidah 5:2). Irmãos e Irmãs! Seguimos a lua do Haiti ou Japão, Malawi ou Malásia, Arábia Saudita ou México, vamos viver como irmãos muçulmanos. Insultar é Harám, desprezar é Harám, humilhar é Harám, rebaixar é Harám. Em vista disso, vamos manter o sistema de irmandade e viver como irmãos muçulmanos, no dia de Juízo Final, Allah _ mostrará a sua decisão e sentença. Quem somos nós para julgar? Allah _ diz: “E dize: Praticai e Allah verá as vossas obras............ E Ele informar-vos-á do que fazeis.” (Surah Taubah 9:105). Que Allah nos mantenha unidos e com corações puros. (Amin).
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 21:34:24 +0000

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