no ultimo discurso da uno a Dilma falou sobre a espionagem americana ... o presidente dos EUA falou sobre guerras ... e o discurso do presidente do uruguaio Pepe Mujica foi ... “Sou do Sul (do planeta) e carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância.” A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão. O certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. A nossa civilização montou um desafio mentiroso. A civilização que é contra os ciclos naturais, uma civilização que é contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite ter tempo para viver as relações humanas”, porque “só o amor, a amizade, a solidariedade, e a família transcendem. Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano. Mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo necessite de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece. O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”. É através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado. Enquanto isso, cada 2 minutos gastam-se 2 milhões de dólares em orçamentos militares. As investigações médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares: enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história. Assim, criamos este processo do qual não podemos sair e causa ódio, fanatismo, desconfiança, novas guerras; eu sei que é fácil poeticamente autocriticarmos. Mas seria possível se firmássemos acordos de política planetária que nos garanta a paz. Ao invés disso, bloqueiam os espaços da ONU, que foi criada com um sonho de paz para a humanidade. A própria ONU, que se burocratiza por falta de poder e autonomia, de reconhecimento e de uma democracia e de um mundo que corresponda à maioria do planeta. Nosso pequeno país, o Uruguai, tem a maior quantidade de soldados em missões de paz e estamos onde queiram que estejamos, e somos pequenos. Dizemos com conhecimento de causa que estes sonhos, estes desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais para governar nossa história e superar as ameaças à vida. Para isso é preciso entender que os indigentes do mundo não são da África, ou da América Latina e sim de toda humanidade que, globalizada, deve se empenhar no desenvolvimento para a vida. Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida e entendermos que a espécie somos nós: a espécie deveria ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas. Estamos governando a globalização, ou a globalização é que está nos governando? Pobres não são aqueles que têm pouco, mas aqueles que querem tudo.”
Posted on: Tue, 01 Oct 2013 20:06:45 +0000