não nutro simpatia por José Dirceu. Acho-o antipático, autoritário, tive horror dele quando publicamente humilhou Fernando Gabeira, há anos atrás, deixando-o à espera por horas, num episódio de pura arrogância, o que fez com que Gabeira sofresse algum tipo de trauma, que o leva até hoje a odiar o PT. Mas não vou me aprofundar nessa questão, cito esses sentimentos meus, para que as pessoas que lerem isso aqui saibam que quem escreve, apesar de admirar a luta de José Dirceu contra a ditadura, no mais, não teria disposição alguma de um dia ser seu amigo pessoal. Não gosto dele, em última análise. Portanto, não estou a defender um "amigo". Mas a indignidade do julgamento do mensalão, essa injustiça tremenda, porque - repito - nunca houve a compra de votos, isso não foi provado, portanto o julgamento em si foi uma farsa, à esta indignidade, segue-se um ódio a José Dirceu, inexplicável. Paulo Moreira Leite, um dos grandes jornalistas brasileiros, demonstra esse ódio, nesse artigo, onde um jornalista desqualificado escreve uma biografia sobre José Dirceu, repleta de erros, e com o único intuito de destruir a sua imagem. E isso é sórdido! Não devemos respeito, honestidade, dignidade, honra, verdade, apenas às pessoas que admiramos, não temos o direito de enlamear o nome de quem quer que seja, por pré-conceitos, antipatias, ódios pessoais. Uma coisa é alguém dizer que "Maluf roubou!" - isso foi provado amplamente, por promotores brasileiros e pela justiça de outros países. Mas, eu que abomino a figura de Fernando Henrique Cardoso, por achá-lo fraco, covarde, e outros defeitos, jamais o chamaria de ladrão, ou de ter metido a mão em dinheiro público, nunca soube de provas contra ele nesse sentido. Quando perdemos a noção da verdade, da Justiça, porque tratamos de adversários, perdemos nossa própria dignidade, na vã tentativa de que o outro a perca. Quando a grande mídia demoniza José Dirceu não por erros provados, mas por conjecturas e invencionices, ela cai em descrédito e age de modo criminoso. O nível rasteiro da atual grande mídia brasileira e seus cães de aluguel, é de fazer chorar. Não há imprensa livre, onde os donos das empresas jornalísticas têm partido, amigos que devem ser defendidos ao custo da verdade, e inimigos, que devem ser acusados de qualquer coisa, também ao custo da verdade. Temos então panfletos, televisivos ou impressos, onde lacaios das famiglias falam e escrevem o que agrada a seus donos. A imprensa no Brasil está moralmente, morta.
Posted on: Thu, 22 Aug 2013 06:44:50 +0000
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