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quarta-feira, 20 de julho de 2011 O Beijo da Redenção, poema de Mário Barreto França Cantoras do Exército de Salvação em apresentação ao ar livre - 1952 O Beijo da Redenção ou Quem Foi Que Me Beijou? Homenagem ao heroísmo anônimo do Exército da Salvação Certa vez, na Inglaterra, em lúgubre prisão, Mrs. Booth exercia a sagrada missão De pregar o evangelho a todo o condenado... ...A todo que sentisse a culpa do pecado... Levando a cada qual a plácida esperança De outra vida melhor, firmada na confiança Num Deus que tudo pode e tudo justifica, No amor que dá perdão, na fé que santifica. Mrs. Booth parava em cada cela e, atenta, Ouvia as queixas mil de cada detenta E, depois, lhes pregava a mensagem da cruz: “Eterna salvação no sangue de Jesus!”... De repente, ela ouviu uns gritos de mulher, Vindos perto dali, de uma cela qualquer. Correu para o lugar de onde escutara os brados, E viu, aos empurrões, levada por soldados, Uma pobre mulher de pálido semblante, Em cujo olhar faiscava um ódio provocante. De quem, não tendo nada mais para perder, Procura, na desgraça, o alívio de morrer!... Os soldados em vão procuravam detê-la: Cabelo em desalinho, o rosto em sangue... Ao vê-la, Mrs. Booth sentiu pela infeliz criatura Infinita piedade e inaudita ternura. E, em vez de condená-la, amou-a profundamente. Porque seu coração estava plenamente Cheio de paz celeste e bondade cristã. - Que poderei fazer por essa minha irmã? (Perguntou a si mesma) E a resposta imediata Foi aquela vontade ardente que a arrebata, Num impulso de amor, para depositar Na face da infeliz um beijo singular... Fê-lo com rapidez, quando, na confusão, A pobre era lançada no fundo da prisão. Sem perceber qual fora a pessoa querida Que lhe havia osculado a face dolorida, Deixou de praguejar e, ansiosa, perguntou: - Quem foi que me beijou? Quem foi que me beijou? Os soldados, porém, sem prestar atenção Aos rogos da infeliz, trancaram-lhe na prisão Dizendo-lhe: - Estás louca! Acaso alguém no mundo Beijaria este rosto envelhecido e imundo?! No entanto, a desgraçada outra vez indagou: - Quem foi que me beijou? Quem foi que me beijou? Mrs.Booth ficou bastante impressionada; E, no dia seguinte, na hora acostumada, Ao presídio voltou. A velha carcereira Que houvera presenciado à cena derradeira Da prisão, disse: – Aquela excêntrica mulher Parece alucinada, a todo instante quer Saber quem a beijou, ontem, lá no saguão, Quando era conduzida às grades da prisão. Mrs. Booth seguiu e entrou na fria cela. Vendo-a, a pobre se ergueu e perguntou a ela: - Ontem, quando a senhora, à tarde aqui chegou, Por acaso não viu quem foi que me beijou? Devia ser alguém diferente de todos, Que só me querem mal, só me lançam apodos... Sim, alguém diferente, algum bom coração Que teve de mim profunda compaixão. Pois ninguém vem a mim para me confortar; Para me falar de amor ou para me ofertar Um pouco de ilusão, um nada de esperança... E, ontem, como no tempo ingênuo de criança, Não sei, não sei por que, mas alguém me beijou... Segurando-lhe as mãos, Mrs. Booth falou: - Explica-me: porque no instante do castigo Pudeste destacar o simples gesto amigo De um beijo em tua face? - Ah! Bondosa senhora, Desde que minha mãe morreu até agora, Nunca mais recebi um gesto de carinho, Nem tampouco um olhar de apoio em meu caminho!... A minha mãe morreu quando eu tinha sete anos; Era pobre demais, cheia de desenganos... E numa noite fria, em meio ao sofrimento, Vendo se aproximar o seu último momento, Chamou-me junto a si, deu-me muitos conselhos, Dizendo-me, a chorar: “Minha filha indefesa, Quem cuidará de ti no mundo de incerteza? Ah! Minha pobre filha! Ah! Minha pobre filha! Que Deus cuide de ti, te livre da armadilha Satânica do mal.” E, depois, me abraçou; Deu-me um beijo profundo, inclinou-se... e expirou. Daquele dia em diante, apenas a desdita É que tenho encontrado em minha vida aflita. Jogada ao desamparo, enferma e decaída, Ao mundo me entreguei em paga da comida... E o mundo me despreza, o mundo me condena, Mas nunca alivia o mal que me envenena... Sou nódoa que envergonha essa sociedade, Que jamais perdoou minha felicidade; Pois em todo o lugar tenho sido humilhada, Recolhida à prisão, perseguida, espancada; Mas ninguém quer saber porque é que eu vivo assim, Ninguém quer me ajudar, ninguém cuida de mim!... Mrs. Booth se ergueu, e, abraçando-a, falou: - Minha filha, fui eu quem te beijou! Fi-lo porque te amei, e te amei porque Cristo Naquela hora induziu minh’alma a fazer isso, Para te revelar que seu amor profundo Jamais fez distinção de pessoas no mundo. Por Ele o teu pecado há de tornar-se leve E tua alma, tão pura e branca como a neve. Minha filha, este mundo é assim mesmo, inconstante No modo de julgar: é sempre intolerante Às faltas do pequeno; no entanto, é generoso Ao erro mais atroz e vil do poderoso... É sempre desigual na recompensa à plebe, Pois o que mais trabalha é o que menos recebe... Discordar dos mandões é converter-se em réu... Minha filha, somente a justiça do céu Não nos faz restrições! Só o amor nos redime Da prática do mal, da execução do crime! Verdadeiro? Só Deus. Amigo? Só Jesus, Legando a todos nós o Novo Testamento, Que nos garante o céu pelo arrependimento. Ardente de emoção, sorrindo comovida, Falou à Mrs. Booth a pobre decaída: - Ah! Minha boa amiga, agora eu creio em Deus. Creio que Ele perdoou todos os erros meus! Já não sou infeliz nem desejo vingança, Pois sinto dentro em mim uma nova esperança: - Doce paz que me dá paciência em suportar O castigo que a Lei resolva me aplicar. Venha sempre me ver, beije-me sempre, a fim De que eu possa sentir que alguém cuida de mim, Alguém que me recorde o doce amor materno, Alguém que fale em Deus e em seu coração eterno! E quando, novamente, a pobre decaída No fundo da prisão sozinha se encontrou, Ergueu o olhar aos céus e disse, agradecida: - “Foi Deus quem me beijou! Foi Deus quem me beijou!”
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 18:33:47 +0000

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