#umamusicapordia .16 Nenhuma memória afetivo-musical na minha - TopicsExpress



          

#umamusicapordia .16 Nenhuma memória afetivo-musical na minha vida jamais poderia ser chamada assim, se dentro dela não houvesse a presença do nosso maestro soberano Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Falar muito sobre o Tom é chover no encharcado. Até hoje me é difícil ver alguma coisa linda na paisagem da Zona Sul do Rio sem sentir no coração uma pontada de saudade pelo Tom não estar aqui. O Tom não morreu, virou paisagem. Paisagem musical, poética, humana. Há algum tempo atrás quando eu me sentia meio longe da minha essencia, ia pro Jardim Botanico , ouvir Tom e passear no Caminhoá, uma estradinha que passa ali no alto e termina no Caxinguelê, quem conhece sabe onde é. E sempre o Tom mostrava pra mim alguma coisa que eu não estava percebendo sem precisar dizer palavra, apenas pela sua música. Difícil é escolher uma música do Tom, apenas uma, que represente tudo o que ele sempre significou na minha vida, ao lado do também queridissimo Caymmi, mas este é outro capítulo destas memórias. Mas eu acho que, dos discos do Tom, o que eu mais gosto talvez seja o Matita. O Matita Perê. Durante algum tempo em minha vida, frequentei o lugar mágico onde esta obra-prima da música popular moderna foi gestada: Poço Fundo, que meus queridos amigos Jaques Morelenbaum (e Paula Morelenbaum), Cantuaria Vinicius e Ronald Valle (que ainda anda por lá) entre outros, conhecem muito melhor. Nestes dias venturosos e aventureiros, eu frequentava uma casa de uma prima do Tom, sempre alugada para alguém da nossa turma de jovens inventores musicais (até eu a aluguei em uma época) que ficava bem abaixo da casa do maestro. Sua casa, feita num platô, simples e clara, bonita e rodeada de beleza, com uma piscina na frente, pra onde a gente fugia pra tomar banho cercado de amigos, alguns deles parentes do Tom (Poço Fundo era um recanto familiar) e, onde eu vi e ouvi, algumas vezes, de pijama e violão ou flauta, ou no seu piano de armário, o querido maestro conversando com o tempo mágico ao redor, através da sua maravilhosa música. Saber que Matita e Urubu, dois discos intensamente brasileiros em sua grandeza e essencia, foram gestados ali, fazia e continua fazendo de Poço Fundo um santuário para mim... No dia da morte de Tom, meu choro mais sentido foi quando eu vi, numa reportagem na tevê, a casa de Poço Fundo... Sendo assim escolho esta canção genial, com sua harmonia progressiva e climática, seu arranjo quase dramatúrgico (do genial Claus Ogerman, dizem , a partir de esboços do não menos genial Dori Caymmi) e sua letra (de Tom, com o auxilio luxuoso de Paulo César Pinheiro) que refere o tempo todo a dois dos meus maiores ídolos literários, Carlos Drummond de Andrade e João Guimarães Rosa (e também a Mário Palmério que meu pai sempre adorou, do qual eu li, na juventude, os belos romances Vila dos Confins e Chapadão do Bugre). Mas esta é outra parte das minhas memórias afetivas, as literárias. Chega de papo melho agora é viajar na grande aventura de um tal de Chico chamado Antônio que era, na verdade um estranho chamado João... Matita Perê, uma canção que é um romance que é um filme que é um poema feito da mais pura música e poesia de um país que eu conheci um dia e do qual jamais pretendo me afastar, o Brasil de Tom, João, Carlos, Chico, Dorival... e do meu pai, que saudade, meu irmão... Dedico estas palavras (sempre a um passo da verborragia), também aos amigos Marcos Madeira, Paulo Malaguti Pauleira e Danilo Caymmi e todos os que sabem do que estou falando quando eu falo de Poço Fundo. youtube/watch?v=86oFx_ptHqU
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 01:23:34 +0000

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