Áhísú é o conjunto de mentalidade, registro de outras vidas e - TopicsExpress



          

Áhísú é o conjunto de mentalidade, registro de outras vidas e heranças ancestrais. também podemos dizer que seria nosso Id na psicologia. Nele encontramos o nosso instinto coletivo, individual e o mais bruto de todos, o instinto de sobrevivência. No culto Fon o Tá (Cabeça física) é responsável por proteger o Áhísú e por comandar o Agbaza. O Áhísú é donde o Tá bebe de conhecimento, onde se orienta e donde vem as ordens do nosso íntimo, nossos pressentimentos e intuições. Tá executa as ordens de Áhísú, entender Tá é simples, um mero executor das nossas ordens internas, ou seja, Áhísú. O similar de Áhísú na cultura Nagô é òrí mesmo que o culto de Fá tenha chegado ao Benin por volta do início de 1700, já existia Áhísú no Benin, já existia culto às mentalidades e heranças clânicas, e oráculo. A pessoa humana é plural, ou seja é constituída por um sistema de elementos que têm origem e destino distintos, essa é a definição de Áhísú. Tais pluralidades são definidas como: - Jótò, que é um elemento espiritual transmitido por um antepassado. Todo ser humano é assim o representante de um determinado antepassado que será o seu guardião nesta vida. Desta forma todo morto é substituído e renasce parcialmente dentro do seu clã. - Sèmédòn, que é a alma pessoal, pensamento, reflexão. Reside na cabeça e morre com a pessoa, transformando-se na sombra: Yè. O Sèmédòn é o elemento da pessoa que é divinizado e se transforma em Akòvodun ou/e em Tóvodùn, divindade clânica. - Sèlíndòn que é vida, sentimento, personalidade. Identifica-se com o destino revelado por Fá. O Sèlíndòn é uma parcela do Criador, Mawu, princípio de vida, serpente pessoal. Depois da morte o Sèlíndòn volta para Mawu. Como o Jótò realiza um ciclo dentro do clã, os mortos e os vivos constituem como que uma única substância que assume dimensões de eternidade. A existência individual, prolongando-se nas gerações vindouras, fundando suas raízes no passado distante do clã, transcende os seus limites estreitos neste mundo. Ela está associada a uma forma de temporalidade cíclica onde os mesmos indivíduos, ou pelo menos um dos seus elementos espirituais, vão e voltam do mundo dos vivos para o mundo dos mortos e vice-versa. O clã torna-se atemporal, fechado sobre si mesmo. O ciclo percorrido pelos elementos espirituais evoca o ciclo da vida vegetal: assim como as sementes, após permanecerem algum tempo escondidas por baixo da terra, voltam em novas plantas e novas sementes, do mesmo modo o Jótò volta num descendente da família. A crença na reencarnação do Jótò parece também significar que a unidade social é o clã, no seio do qual o indivíduo se dilui. Mas existe ainda entre os Fons a concepção de uma temporalidade linear pensada segunda a imagem de uma corrente que remonta ao ato da Criação e cujos elos são as sucessivas gerações; esta é a temporalidade dinástica em função da qual foi pensada, provavelmente a partir de fins do século XVIII, com o crescimento do Estado, a história da nação.
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 00:13:17 +0000

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