É algo como querer ganhar o jogo com um dado sem pontos. A tolerância para com as instruções institucionais para os alvos legítimos permitidos à nossa curiosidade e atenção nos arranca as pernas. E assim como o óbvio é de todas as coisas a mais difícil de ser percebida, às vezes também o é o absurdo. Pessoas que convivem com você várias horas por dia e que nunca chegaram a se perguntar onde diabos um objeto como a TV poderia lhes atacar os direitos civis não tem condições de andar até o ponto de se questionar sobre a opressão da própria sensibilidade transcendental. Religiosa mesmo. Não dessa "religiosidade" construída pelos resultados dos jogos históricos entre a ganância sangrenta e a hipocrisia moral, mas A religiosidade tecida com as fibras da nossa espécie pra lá de 50 mil anos antes do advento da história, da escrita, do sacerdócio, da propaganda. Tocam os clarins e poucos caminham para a recuperação da primogenitura, da conexão. Você está em processo espiritual e tem distâncias a percorrer. Ninguém deixou as regras do jogo. Nem Descartes, nem Buda. Nem a comida e nem as drogas. As regras são desenhadas por você na pele do seu ser a cada segundo e as probabilidades são quase nulas de que você encontrará alguma pista sobre quem você de fato é na novela das 7. O investimento noético é a primeira golfada de ar do recém-nascido para o espírito. E sim, há lugares em que a ciência é tão dispensável quanto a explicação da piada. Ou do encanto. E às vezes, muitas vezes, a salvação está no riso, no sorriso, na boca meio aberta. Não é que agora a gente tem que correr pra prateleira dos tratados alquímicos ou se especializar em física quântica pra virar a chave, dar o passo, fazer a transição. Aqui, a ingenuidade caminha às vezes com o deslumbre pelo momento presente e nós, ora deuses, ora intelectuais, nos perdemos aqui e ali entre o arrebatamento legítimo e a prisão na era da informação. Não cremos que o simples ato de olharmos com toda honestidade possível pra uma estrela no início da noite poderia carregar a força pra fazer explodir uma galáxia. Somos insuficientes diante de nós mesmos, mas tenho muita fé (:) ) que um dia você vai se perguntar onde é que a novela das sete entrou na sua vida. Talvez tenha uma epifania (que nunca, ninguém vai te explicar) e compreenda que a coisa mais certa a fazer é voltar ao seu projeto de infância para atravessar o arco-íris. E pode ser que inicie o caminho com um simples gesto de contrição que ligará toda a magia. Será suficiente pra começar. Compreensão pode iniciar entendimento. Pode superar entendimento. Pode se iniciar com ele. Pode extingui-lo. As coisas do espírito ocupam o mesmo lugar no tempo-espaço quando é pra ser. Existe um reino humano, sim. Lá onde começamos pelos mitos e atravessamos a noite dançando pela primeira vez. É lá que estão todas as pistas. Não ignore suas imagens. É de lá que você veio. É pra lá que está indo. Invista no entendimento. Depois, abrace o mundo inteiro. youtube/watch?v=aZaokNmQ4eY#at=451
Posted on: Mon, 29 Jul 2013 00:18:59 +0000
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