É verdade que a fala da presidenta Dilma na TV ia provocar reações. Positivas e negativas. Pois há defensores ferrenhos e adversários contumazes da presidenta da República, e isso vem de antes de todos os episódios vividos nos últimos dias. Vejo nas redes sociais defesas e ataques à sua fala sem qualquer reflexão séria e isso não ajuda na resolução dos grandes problemas que temos de enfrentar. Ontem à noite eu quis também postar algo aqui na rede, mas não consegui. Queria pensar um pouco mais, descansar mais depois de uma semana de turbilhões. Então, o que eu acho é o seguinte: a presidenta Dilma veio à TV e isso foi muito importante. Ela é a mandatária do país, eleita democraticamente e com alto apoio popular. Não tinha cabimento demorar tanto para aparecer, atrasar tanto um pronunciamento em meio a tantas vozes no ar. Para mim, a presença e a voz da Dilma foram importantes para mostrar que há quem responda pelo Brasil por ter sido colocada ali pelos próprios brasileiros. E ela falou firme e serena. Acolheu os movimentos sociais, comprometeu-se com mudanças e reformas, e também sinalizou com programas. Repreendeu a bagunça e a falta de ordem. Li aqui no Facebook, de algumas pessoas, que ela disse o óbvio. Ora, querem que ela reinvente a roda... Estamos em um regime democrático, todos debaixo de uma Constituição. A presidenta não pode ir à TV e dizer que vai mandar “prender e arrebentar” todo mundo que rouba e vandaliza, sejam políticos, colarinhos brancos ou marginais de rua, passando por cima das normas que estão vigentes. Ela tem – isto sim! – de agir segundo as leis do país e tomar as providências cabíveis para garantir o bem estar dos brasileiros. Providências imediatas e providências de médio e longo prazo, estas últimas através de políticas de Governo. Porém, temos aqui, a meu ver, o problema crucial: as ruas, independentemente de quais sejam suas reivindicações que possam ser classificadas como necessárias e aceitáveis, querem programas e providências urgentes. A presidenta talvez não tenha sido tão propositiva e clara quanto deveria. Por isso, eu espero que ela venha logo à televisão outra vez e nos fale de seus programas e providências. Se eu pudesse agora dizer algo para a presidenta, seria: “Fale, presidenta! Deixe que o mesmo público que assistiu horas e horas de transmissão da Rede Globo mostrando o “caos” nacional – em claríssima tentativa de golpe midiático –, veja a senhora em ação e ouça sua voz. Utilize-se das mesmas armas que estão à disposição de seus adversários. Fale, presidenta Dilma, e nos diga como vai aprofundar as reformas pelas quais a Nação clama. Diga-nos como vai levar o Brasil a um “estado de bem estar social” condizente e equivalente à nossa condição de uma das dez maiores economias do mundo. Presidenta, a senhora tem passado e cacife para liderar esse novo estágio de reformas políticas, sociais e econômicas. Retome a tradição social dos governos populares e se afaste da maldita “teoria da governabilidade”, que tem lhe custado tanto desgaste. E esteja certa que há muita gente comprometida em denunciar o fascismo que de maneira sórdida ronda o Brasil e ameaça sorrateiramente o nosso povo!”. É o que eu diria a ela, se eu pudesse. Como não sou do staff da presidenta, digo então a vocês, meus amigos. Como uma paradoxal confidência de rede social. Quase que como uma oração.
Posted on: Sat, 22 Jun 2013 15:48:57 +0000
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