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Ótimo texto do velho Hakim Bey, um anárquico conhecedor das filosofias do oriente: "Terence sugeriu pararmos de desperdiçar tempo e energia pedindo permissão às autoridades para fazer o que estamos fazendo e simplesmente seguir em frente. Sim, a guerra às drogas é má e irracional. Não esqueçamos, contudo, que como atividade econômica, a guerra faz bastante sentido. Não vou nem mencionar a crescente “indústria das correções”, os orçamentos inchados da polícia e da inteligência ou os interesses de cartéis farmacêuticos. Economistas estimam que cerca de dez por cento do capital circulante é “dinheiro cinza” derivado de atividades ilegais (em grande parte de drogas e venda de armas). Essa zona cinzenta é na verdade uma espécie de fronteira flutuante para o Capital Global em si, uma pequena onda que precede a grande onda e lhe oferece “senso de direção” (por exemplo, dinheiro cinza ou capital “costeiro” é sempre o primeiro a migrar dos mercados deprimidos para os mercados prósperos). “A guerra é a saúde do Estado”, como Randolph Bourne disse uma vez, mas a guerra já não é tão rentável como nos velhos tempos de pilhagem, tributos e escravidão. Cada vez mais a guerra econômica toma o seu lugar, e a guerra às drogas é quase uma forma “pura” de guerra econômica. E já que o Estado Neoliberal concedeu tanto poder para corporações e “mercados” desde 1989, pode-se dizer justamente que a Guerra às Drogas constitui a “saúde” do próprio Capital. A partir dessa perspectiva, a reforma e a legalização seriam claramente condenadas ao fracasso por profundas razões de “infraestrutura” e, portanto, todo movimento para a reforma constituiria um esforço desperdiçado, uma tragédia do idealismo mal dirigido. O Capital Global não pode ser “reformado” porque qualquer reforma é deformada quando a forma em si é distorcida em sua própria essência. Movimentos para a reforma são autorizados para uma imagem de liberdade de expressão e a divergência permitida pode ser mantida, mas a reforma em si nunca é permitida Os anarquistas e marxistas estavam certos ao afirmar que a estrutura em si deve ser mudada, não apenas suas características secundárias. Infelizmente, os “movimentos sociais” em si parecem ter falhado e, agora, até mesmo suas estruturas primordiais devem ser, agora, “reinventadas” quase do zero. A guerra contra as drogas vai continuar. Talvez devêssemos considerar um modo de agir como guerreiros, em vez de reformistas. Nietzsche diz em algum lugar que ele não tem interesse em derrubar a estupidez da lei, uma vez que tal reforma não deixaria nada para o “espírito livre” realizar – nada a “superar”. Eu não iria tão longe a ponto de recomendar uma posição existencialista tão “imoral” e rígida. Mas eu acho que nos faria bem uma dose de determinação." Texto na íntegra: fatossurreais.br/2012/02/contra-legalizacao-hakim-bey.html
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 00:55:14 +0000

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