�lvares de Azevedo O poeta moribundo Poetas! - TopicsExpress



          

�lvares de Azevedo O poeta moribundo Poetas! amanh� ao meu cad�ver Minha tripa cortai mais sonorosa!... Fa�am dela uma corda e cantem nela Os amores da vida esperan�osa! Cantem esse ver�o que me alentava... O aroma dos currais, o bezerrinho, As aves que na sombra suspiravam, E os sapos que cantavam no caminho! Cora��o, por que tremes? Se esta lira Nas minhas m�os sem for�a desafina, Enquanto ao cemit�rio n�o te levam, Casa no marimbau a alma divina! Eu morro qual nas m�os da cozinheira O marreco piando na agonia... Como o cisne de outrora... que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia. Cora��o, por que tremes? Vejo a morte, Ali vem lazarenta e desdentada... Que noiva!... E devo ent�o dormir com ela? Se ela ao menos dormisse mascarada! Que ru�nas! que amor petrificado! T�o antideluviano e gigantesco! Ora, fa�am id�ia que ternuras Ter� essa lagarta posta ao fresco! Antes mil vezes que dormir com ela. Que dessa f�ria o gozo, amor eterno Se ali n�o h� tamb�m amor de velha, D�em-me as caldeiras do terceiro inferno! No inferno est�o suav�ssimas belezas, Cle�patras, Helenas, Eleonoras; L� se namora em boa companhia, N�o pode haver inferno com Senhoras! Se � verdade que os homens gozadores, Amigos de no vinho ter consolos, Foram com Satan�s fazer col�nia, Antes l� que no C�u sofrer os tolos! Ora! e forcem umalma qual a minha, Que no altar sacrifica ao Deus-Pregui�a, A cantar ladainha eternamente E por mil anos ajudar a Missa!
Posted on: Sat, 15 Nov 2014 10:59:39 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015