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“– Mas por acaso consegue a gente achar a felicidade? – Sim, há lá um dia em que topamos com ela. (…) – Há lá um dia em que topamos com ela – repetiu Rodolfo –, um dia, assim de repente, quando já desesperávamos de encontra-la. Abrem-se então os horizontes, e é como se uma voz bradasse: “Ei-la!” Sente-se a necessidade de fazer-se a essa pessoa confidências da própria vida, de se lhe oferecer tudo, de tudo sacrificar por ela. Não a explicamos, adivinhamo-la. Entrevemo-la em nossos sonhos. – E ele tinha os olhos na moça. – Enfim, aí está o tesouro que tanto procurávamos, aí, diante de nós, brilhando, resplendente. Mas duvidamos ainda, não nos atrevemos a acreditar, fazendo-nos ofuscados, como se viéssemos das trevas para a luz. E, concluindo essas palavras, Rodolfo juntou o gesto à frase: passou a mão sobre o rosto, como se estivesse ofuscado, deixando-a depois cair sobre a de Ema. Esta retirou a sua.” — Madame Bovary, Gustave Flaubert - Capítulo VIII Pois é, Rodolfo, mulheres são difíceis.
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 19:43:40 +0000

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