A ingratidão a um benfeitor é um dos "cinco pecados que bradam aos céus" assinalados na Bíblia. Procurei sempre me precaver contra isso, multiplicando as manifestações de gratidão a meus mestres vivos ou mortos. Quando me desagradavam em algum ponto, eu sorria e passava adiante. Mesmo de Frithjof Schuon, que, ludibriado por puxa-sacos, fez tudo para me destruir (e sifu, é verdade), me abstive de comentar qualquer coisa durante um quarto de século, só o criticando por alto quando a questão da "invasão islâmica" passou a requerer algum esclarecimento especial, e mesmo assim não contei os detalhes da cachorrada pessoal. A sociedade brasileira, parece, ainda não assimilou o valor da gratidão. Neste país você aprende tudo com um sujeito, cresce e se fortalece com a ajuda dele, e depois, ao ouvir a primeira fofoquinha a respeito, já sai fazendo a caveira do desgraçado -- e sai todo orgulhoso de ostentar "independência". É mesmo a sociedade antrofágica, que vive da carne e do sangue de quem lhe faz o bem. Acho que temos de começar este país de novo, tirando o Pe. Manoel da Nóbrega do túmulo para evangelizar os antropófagos.
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 03:50:47 +0000
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