COMO CRIANÇAS? Se tem uma palavra na Bíblia, que embora eu já ouvido muitos sermões, lido algumas vezes, imaginado muita coisa, mas que ainda não me sinto saciada quanto ao entendimento dela, é quando Jesus diz em Mateus 18 “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus”. E em Marcos “Em verdade vos digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira alguma entrará nele”. O dicionário descreve criança como sendo: Do latim creantia, particípio presente neutro plural de creare, «criar; fazer crescer»; ser humano que se começa a criar; menino ou menina; pessoa de pouco juízo, ingênua. O significa de criança, nos remete a criação, a algo em construção, moldável, ensinável, algo ainda puro, com pouco de concreto e muito a ser concretizado. Partindo dessa definição e desta compreensão, me deparo com a seguinte questão, as informações no século presente, são de fácil acesso, a independência que antes era tão sonhada aos 18, hoje não se precisa mais dos 18, temos mania de independência, e quando eu me refiro independência neste século, não me refiro apenas de independência de ter um trabalho, de sair de caso, de ir e vir de onde e pra onde se quer, sem ter a quem dar satisfação, mas a todo o conjunto de esferas, de áreas, de estruturas que nos compões, enquanto seres humanos, ou seja,não basta apenas ter independência financeira, não basta sair da casa dos pais, não basta almejar essa tal liberdade, há sempre a necessidade mais, de ser dono dos seus pensamentos, de ser dono dos seus sentimentos, de dominar suas atitudes, de ser independente de favores, independente de opiniões, de ditaduras, de padrões, de pessoas. Dias atrás, sai com uns amigos, e depois de longos papos, boas risadas, recordações, brincadeiras, fiquei a pensar nesta palavra, no quanto nos parecemos com crianças, no que é se parecer como criança, e pra falar a verdade, não acho que somos uma geração que nos parecemos como crianças, mas uma geração talvez, que conhece pouco do que é ser criança, e que tem cada vez mais gerado crianças com menos essência de crianças, parece meio doido isso, e de certa forma é. Bom, devo eu, me comportar como criança? Agir como criança? Falar com criança? Andar, querer coisas de crianças? NÃO. Ainda em Mateus, Jesus diz a seus discípulos certa vez: sejam inocentes como as pombas, mas espertos como a serpente. Fica claro, portanto, que quando Jesus nos fala de sermos como crianças, não esta nos dizendo, ajam como crianças, pensem como crianças, mas há algo na essência de ser criança, que Jesus deseja que se perpetue em nós. Algo que diz do ‘criar’, do ‘construir’, do ‘moldar’, do não se encher a ponto de não mais absorver os princípios, a Palavra, de não se posicionar como construído, ao ponto que não posso haver mudanças feitas por Ele, do não ter verdades absolutas impossíveis de serem desconstruídas, algo da ordem ‘em construção’, em equilíbrio, em pureza, em inocência. Boa noite. (Nana)
Posted on: Mon, 19 Aug 2013 22:45:09 +0000