Convenhamos o seguinte: Está muito difícil viver. Está muito - TopicsExpress



          

Convenhamos o seguinte: Está muito difícil viver. Está muito difícil entender. Não tem lógica. A gente está criando um tipo de ser que fala em dinamismo para explicar um elemento de superficialidade e ostentação do culto do próprio ego, do qual não se tem a menor ideia do que esperar. Essa é uma sociedade perigosa. Sempre que se perde o parâmetro é assim. Muitas armadilhas, muitos lobos, difícil não cair em algum pântano. Muito culto ao ser externo; pouco culto ao ser interior. As coisas podem andar juntas, mas estamos concebendo os aspectos em função da afirmação de uma parte em razão da negação de outra. De uma forma muito extrema. Individualmente é uma saída; coletivamente é um exílio. Não a toa estamos cada vez mais fortemente a viver cada um em uma ilha. A ilha de seu próprio ser subjetivo: seu ego, sua vaidade, suas duvidas, suas inquietações, seus medos. Estamos perdendo nossa sensibilidade de interpretar aquilo que se encontra externo a nós, ou seja, tudo que pertence a dimensão do outro. Se fossemos um time de futebol se diria que pontualmente algumas individualidades funcionam, outras não, mas o coletivo como uma unidade, um todo, estaria passando por um processo de transição, numa visão otimista, ou vivendo sua própria derrocada, numa alusão mais pessimista. O certo é que há muita instabilidade e não se vai bem das pernas enquanto uma comunidade de indivíduos que se pense por causas em comum. Isto de longe pode ser notado. Até uma criança já percebe (aliás elas também estão bem diferentes da minha época). As pessoas não podem estar em todos os lugares, é uma obviedade. Se estão em um, outro está inabitado. Eis nossos corpos e nossos espíritos. Nosso exterior e interior. Algo está mexendo com a ordem que até então se fazia pré concebida e mantinha (bem ou mal) uma espécie de assimilação em comum, ligava os pontos e estabelecia a ordem da coesão da vida em coletividade. Nem estritamente um lado nem outro, apenas o equilíbrio. Ou utopia? Mas o jogador que só pensa na sua própria vaidade, em que apenas ele tem de ser o melhor, poderá a partir desses pressupostos contribuir para o time ou utiliza-se da equipe exclusivamente para alcançar os objetivos recorrentes a ele próprio? Se fosse uma equipe não deveria os interesses do bem comum prevalecer? É a pergunta que se direciona. Anda difícil perceber algo em termos dos quais referem-se a abrir mão do "eu" para entoar o "nós". Obs: A lógica da malandragem que diz: para fins que envolvam bônus vamos nos referir a oligarquias; já para o pagamento dos ônus de viver neste sistema fazemo-nos uso de democracia, ou seja, para vantagens se utiliza o "poucos"; já no tocante aos prejuízos vamos contemplar toda massa do "nós". Essa tática no mínimo mal intencionada, que nem seria preciso dizer (mas hoje é) embora se configure, não vale, não merece o sofrimento do mais humilde inocente que a ela sofre o impacto do que nem mesmo consegue compreender. O jogo que há por trás. O óbvio não é mais entendido, porque as ilhas não se encontram. A minha, devo confessar, às vezes só lamenta não conseguir navegar para mares ainda mais distantes. Este não é de fato um bom lugar. Isto não é para principiantes. Amadores por aqui não tem vez. É uma terra de homens astutos que muitas vezes se valem dos meios mais sórdidos imagináveis e inimagináveis para proteger de todas as formas suas proles. Não há saída, se jogar ou se não jogar, se sua prole estiver na base da pirâmide os impactos serão mais fortes, pois absorverão tudo que estiver acima. Afinal, que parte naturalmente é sacrificada? Todo poder tem sua face que esconde, a face tirânica.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 17:39:12 +0000

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