D Í V I D A P Ú B L I C A Samir Keedi Todos acham natural - TopicsExpress



          

D Í V I D A P Ú B L I C A Samir Keedi Todos acham natural uma dívida interna de 65,4% do PIB e que isso seja perfeitamente administrável. Isso é muito relativo. Costumamos dizer aos nossos alunos que o absoluto não existe. Tudo, absolutamente tudo é relativo. Só o relativo dá a real dimensão dos fatos. Dívida de 65,4% do PIB é administrável quando estável. Não quando é fortemente crescente como a nossa. Para entendimento do que queremos dizer, vejamos a real dívida interna da União (não a divulgada na imprensa). Em 1994 a dívida era de 88 bilhões de reais. Em 2002 (8 anos apenas!) já erade 1,1 trilhão de reais. Em 2010 ( mais 8 anos, mais que dobrou!!) já estava em 2,39 trilhões de reais. Em dezembro de 2012 alcançou 2,89 trilhões de reais. Tudo distribuído da seguinte forma: - 1,92 trilhões em poder do público, - 879 bilhões em poder do Banco Central e - 91 bilhões da dívida externa líquida. Como se vê, não é um crescimento natural, mas geométrico. Muito, muito além do crescimento do PIB. Isso significa ceteris paribus e pelo histórico, uma dívida de cerca de 3,4 trilhões ao final de 2014. Com uma dívida bem além do PIB em 2020, para o qual já previmos o Armagedom em um artigo anterior ("Brasil: buraco 2020"). A Europa está fazendo água, em especial no caso da Grécia, Espanha, Portugal, Itália e outros com dívidas iguais ou maiores do que a nossa. E, certamente, alguns deles com dívida menor do que será a nossa em 2020. Qual a chance de mudança? Nenhuma. E é simples entender. Basta ver o histórico e o seu crescimento, de 1994 a 2012. E, também, lembrar que o superávit primário, aquela parcela da arrecadação economizada para pagar os juros da dívida, tem sido cerca de apenas 1/3 do necessário - o que explica o aumento constante da dívida. E essa economia está caindo, e será bem menor em 2013, por tudo que se tem feito e falado. Em 2014, ano de eleições, será um "Deus nos acuda" para poder ganhá-la. Para isso, a carga tributária continuará crescendo, sem chance de diminuição. O que agrava ainda mais o consumo, com constante redução da renda disponível de cada um. E sem investimento e consumo, perpetua-se o subdesenvolvimento e a quase estagnação ou, pior, vem a estagflação. A dívida já é hoje impagável, pelo que vimos acima. Não é difícil imaginar o quadro com ela acima do PIB em 2020. Não é catastrofismo, é realidade. Quem tem olhos a enxergue. Quem tem calculadora faça cálculos. Quem tem juízo faça alguma coisa. Ajudem-nos nesta batalha em que estamos quase sozinhos há anos diante da descrença quase geral. Será o Pré-Sal (*)a luz no final do túnel, quando o mundo está querendo enterrar o petróleo como energia? Vamos continuar andando na contramão como temos feito? Samir Keedi é bacharel em economia, consultor e professor da Aduaneiras e autor de diversos livros em comércio exterior. (*) informe-se sobre o pré-sall do Lulla.
Posted on: Sat, 06 Jul 2013 01:08:56 +0000

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