Desconfio que aquilo que as pessoas expressam não tem mais o - TopicsExpress



          

Desconfio que aquilo que as pessoas expressam não tem mais o menor sentido. Como dizer coisas que não se acredita (ou não se sabe o que está a dizer) Aquele falar por falar. Aquele tanto faz. Aquilo que não importa. As pessoas não querem mais se comprometer com nada. Acho que num ponto tem razão, eu também não quero mais. Nada está valendo a pena assim não. Falar sobre o ser humano é muito bonito, mas na realidade, tem válido a pena alguma coisa que cause sacrifício em nome disso? Sendo bem pragmático. Você se esforça, se empenha e sacrifica pelas pessoas e só recebe insultos e nada, nada em troca por tentar querer que algo seja melhor. O ser humano não tem mais válido a pena. É duro dizer, mas muitos já notaram isso, embora conservem o silêncio (acertadamente, algo que eu deveria inclusive fazer) A humanidade anda próxima do fim, ou então terá de haver uma reordenação desde a base, desde a fundamentação das premissas mais fundamentais de existir. Porque não está funcionando mais o velho modelo e não admitir isso chega ser desrespeitoso para com todos nós, não dá para ficar encobrindo os problemas e colocando-os para baixo do tapete que tudo ficará certo e vai se resolver ao natural, como em um passe de magia. Não dá! Não funciona assim! Ignorar que a humanidade vai mal da mente, do coração e do espírito só vai piorar e afundar a todos nós mais ainda. Nosso modelo de civilização faliu, saturou, esgotou o prazo de validade. É melhor procurarmos uma outra forma de coexistir. Cada dia que passa vemos que os problemas mais se ramificam e não... eles não estão sendo resolvidos, estão apenas a criar mais e mais raízes. Se complexificando e se tornando uma imensurável bola de neve. Quando talvez nos dermos conta disso, já será tarde demais. Com toda honestidade: que vontade de morar noutro planeta. Qualquer coisa, só sair dessa atmosfera. Isso aqui não tem mais fundamento algum. Cada vez mais desunidos e ao não compreendermos os outros, a passar por cima e dizer que não existe mais certo ou errado, que cada um funda as próprias leis, então a gente precisa começar a pensar formas de se isolar e se proteger uns dos outros (tenho refletido muito acerca da necessidade disto nos últimos tempos). Antes os diferentes eram os problemas, os outros grupos e clãs eram as ameaças, mas agora não. Agora nós avançamos, evoluímos e os iguais são os problemas, brigamos internamente, nosso mesmo clã, no mesmo grupo, só pra sair da rotina e romper a chatice de nossas existências vazias, sem motivo ou sentido algum. Nós não precisamos mais dos inimigos, ou talvez, um termo melhor, dos adversários. Pelo contrário, nós estamos já quase em vias de os procurarmos e tentar formar um pacto, um contrato social com eles para conseguirmos lidar com nossos iguais. Veja a que ponto chegamos. Estamos desesperados com a convivência com pessoas que em tese, devem estar a pensar os mesmos desafios, a passar as mesmas angústias e aflições que nós. Mas nós, nos fragmentamos, nosso ego ficou maior do que tudo, analisamos os outros e não analisamos a nós como uma espécie única. Mas é certo que, com todo esse rigor e dureza, muito vai se perder também, muita coisa não vai passar mais também. Alguma dúvida de que o escudo não impede apenas os golpes dos inimigos de o atingir? Os escudos e as armas não deixam nem os sentimentos dos inocentes se aproximar. As grades não contem só a maldade, contém muito mais do que isso, param na porta qualquer quase extinta e rara forma mais simplória de humanidade. Ainda tenho fé em alguma coisa. Não nas pessoas. Neste tempo obscuro, sequer sei se confio em mim ainda. Desconfio até de minha sombra. A HUMANIDADE PRA MIM ACABOU. E não tem nada de pessimismo, de deixar de lutar ou se entregar. É um continuar diferente, só isso. Mais realista e vazio. As pessoas se perderam e esqueça: elas já mudaram na mentalidade. Não vão voltar mais. Já fomos transformados como máquinas, zumbis ou vampiros, qualquer aberração da ordem natural que queira se proclamar ou criar nova. Somos uma civilização ridícula, cruel, sem alma e coração. E mesmo tentando, a gente não consegue mais voltar. Somos apenas uma geração, uma espécie fake (versão moderna). Eu mesmo sou assim. Bem agora gostaria de não ter um rosto, um cérebro, consciência, alma e coração. Isso só atrapalha e cria conflitos. Sabe por quê? Porque isso não é mais usual, acabou. E esse é apenas um mundo utilitarista. É preciso mudar tudo do que fomos um dia. Aquele mundo não existe mais. Apenas existirá de vez em quando em nossas lembranças. Nos conformemos com isso. Isso aqui não produz nada de significativo e bom. Só seres frios: eu, mais um deles. Foi o que me tornei. Foi preciso se adaptar a ordem natural do meio. Agora é pragmatismo, objetividade e nada, nada mais. O que fui um dia morreu! Mas não estou lamentando por isso. Por que deveria me importar quando ninguém se importa quando me importo?
Posted on: Mon, 11 Nov 2013 22:24:13 +0000

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