ESTÁTUA NUM DIA DE VERÃO QUENTE Por manifesta incapacidade - TopicsExpress



          

ESTÁTUA NUM DIA DE VERÃO QUENTE Por manifesta incapacidade sempre que me falam de um católico progressista ou, mais recentemente, de católicos bloquistas surge-me logo o paradoxo destes novos conceitos como o de alcoólicos abstémios ou em antitabagistas fumadores. Então quando é invocada a sua crença, a mim, que sou mau praticante e razoável pecador, para defender posições políticas é que não percebo mesmo nada! A decisão de uma estátua ao Cónego Melo é uma decisão como outra qualquer. Alguns arvoram-se em detentores da verdade e quereriam, sempre em nome da liberdade, impedir esse tributo. Esses, sempre alcandorados em cultura farta, esquecem-se, propositadamente –só pode ser- que, para além do Cristo Rei (sim, já me esquecia... e Buda, Maomé, Dalai Lama) nenhum busto reproduz quem tenha tido um percurso impoluto aos olhos de todos... Uns por isto outros por aquilo sempre, para se libertar da lei da morte, necessitaram de utilizar expedientes para se fazerem escutar ou lembrar. E, chegados a esta estival discussão acerca do Cónego Melo, cuja existência seria desconhecida da generalidade dos cidadãos nascidos no pós 25 de Abril e cuja estátua já esta conspurcada (antes isso do que à bomba...), pelos sempre defensores da liberdade deles, interessa agora, para que essa discussão seja justa e produtiva, relembrar também tudo o que se passou no Verão Quente. Eu, por mim, fico-me pela tranquila memória dos pregões na praia de venda de jornais anunciados como Pravda ou da sempre divertida tentativa de captar a BBC em onda curta... Nada de perigoso! Mas houve quem corresse perigo de morte e, todos nós, corremos perigo de mais uma anacrónica falta de liberdade esquerdista. Faltará perceber porque continuou legalizado o PCP e o MRPP e a razão porque o Partido do Progresso, o PDC ou o MIRN foram ilegalizados. Seria bom perceber o papel do MDLP e verificar as estátuas que falta erguer. O Cónego Melo, e tantos outros cujo nome se não recorda, foram uma espécie de cruzados da liberdade e de fé. Com expedientes, como sempre, mais ou menos defensáveis, mais ou menos conhecidos, mais ou menos lícitos. Como antes, distâncias sempre presentes, foram os de Covadonga ou os do 1º de Dezembro. Eu, por mim, se puder ter opinião, prefiro uma estátua do Cónego Melo a uma do Padre Max. E quereria que se preservem todas e não façamos, como os revolucionários franceses ou os talibans actuais, implodir tudo. Eu, por mim, prefiro ser tolerante. Embora saiba que alguém, tolerante e defensor de causa antecipadamente perdida, já se espantou por a tolerância ter gerado tantos fanáticos. A tolerância, e alguma indolência sempre grave e com consequências funestas a prazo, leva também a que outra das discussões deste Verão tenha sido a não discriminação dos atletas gay nos Olímpicos Russos. Ora aí está uma discussão que envergonha os boicotes de outros tempos! Esperemos só que os outros, os que permitem a continuidade da vida e também dos Jogos Olímpicos, não sejam discriminados! diariocoimbra.pt
Posted on: Wed, 14 Aug 2013 08:21:36 +0000

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