EUA X Síria Os Estados Unidos estão fornecendo aramas químicas para os rebeldes da Síria, por intermédio da Arábia Saudita. Os rebeldes sírios vêm utilizando indiscriminadamente essas armas e os próprios Estados Unidos acusam o governo sírio de serem os responsáveis pelo uso delas. Trata-se de uma tática baixa para conquistar apoio para a invasão do país. Acaso se inicie uma ação militar contra a Síria, um país que tem uma capacidade militar bastante superior à do Iraque, o primeiro alvo de uma retaliação seria, obviamente, Israel. Israel, por sua vez, já vem testando mísseis de médio alcance, o que significa que o ataque norte-americano já está planejado e Israel se prepara para participar dele. O Estado fantoche de Israel, um produto das nações imperialistas para manter um aliado de olho no petróleo do Oriente Médio, é o Estado que mais recebe ajuda financeira de seus patrões norte-americanos. Em segundo lugar, está o Egito. As eleições do Egito haviam colocado no poder um grupo político que não afina seus instrumentos com a orquestra imperialista, a Irmandade Muçulmana. A ajuda econômica dada ao Egito pelos Estados Unidos esteve condicionada a que o país erradicasse a Irmandade Muçulmana. Isso está sendo feito pelo exército egípcio, autor do golpe militar que retirou da presidência do país um membro da Irmandade. O Egito é, hoje, um país controlado pelas forças armadas. O país transforma-se, passo a passo, em uma espécie de Estado romano, no qual quem mandava era a guarda pretoriana. A maior força de contenção no Oriente Médio não é, no entanto, nem Egito nem Israel, mas a Arábia Saudita, um país extremamente conservador, totalmente antidemocrático e que dispõe de um grande arsenal de armas químicas, arsenal esse que nunca foi investigado pela ONU. Seja qual for o desfecho dessa história, ele não será diplomático. Se os rebeldes tomarem o poder na Síria, como fizeram na Líbia, a guerra não estará na ordem do dia. Mas os rebeldes só ganham força com a ajuda do imperialismo, cada vez mais vai ficando claro que os países imperialistas estão fornecendo munição para esses rebeldes. O problema maior é que nem todos os rebeldes são aliados norte-americanos e nem todos os rebeldes querem a mesma coisa. Por exemplo, a própria Al-Qaida. Torna-se cada vez mais visível a aproximação de uma guerra no Oriente Médio. E é provável que muitas nações ocidentais vejam isso como a única saída para a crise global do capitalismo, crise essa que se instalou em 2008 e que vem sendo escamoteada até agora. Quanto mais o tempo avança, maior vai ficando a sujeira sob o tapete. É hora de limpar a casa. E a guerra talvez seja o único produto de limpeza de que o Ocidente dispõe. Lovaina, Bélgica, setembro de 2013.
Posted on: Sun, 08 Sep 2013 12:55:28 +0000
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