EXÉRCITO AMERICANO PLANEJA REDESENHAR TODO O MAPA DO ORIENTE MÉDIO A FIM DE PROTELAR O COLAPSO GLOBAL QUE SE AVIZINHA (artigo de agosto de 2006!). armedforcesjournal/article/2006/06/1833899 *** PROBLEMA *** Em artigo publicado em agosto de 2006 pelo Armed Forces Journal, o major reformado Ralph Peters expõe as ideias mais recentes do atual pensamento estratégico americano. E elas são extremamente perturbadoras. O major Peters, anteriormente membro do Gabinete do Vice-Chefe de Staff para Inteligência (responsável pela guerra futura), esboça francamente como o mapa do Oriente Médio deveria ser fundamentalmente redesenhado. "Sem tais grandes revisões de fronteiras, nunca veremos um Oriente Médio mais pacífico", observa ele, mas a seguir acrescenta ironicamente: "Um outro pequeno segredo sujo de 5000 anos de história: a limpeza étnica funciona!". Assim, um banho de sangue envolvendo uma limpeza étnica seria inevitável. Ele pode ser promovido no contexto de redefinição das fronteiras ou durante o processo de insolvência dos Estados do Oriente Médio. O major insiste que, a menos que seja implementado, "podemos tomar como um artigo de fé que uma parte do banho de sangue na região continuará por si próprio". Se o processo não for coordenado pelos EUA, com o tempo, "fronteiras novas e naturais emergirão", conduzidas pelo "inevitável banho de sangue acompanhante". ***PROPOSTAS*** 1) Estabelecer "um Estado curdo independente" para garantir o direito curdo à auto-determinação. Por trás desses sentimentos humanitários, o major Peters declara que "um Curdistão livre, estendendo-se desde Diyarbakir até Tabriz, seria o Estado mais pró-ocidental entre a Bulgária e o Japão". O Curdistão seria formado pelo norte do Iraque, o sudeste da Turquia, o nordeste da Síria e o oeste do Irã. 2) Os Estados Unidos e os seus parceiros de coligação perderam "uma gloriosa oportunidade" para fragmentar o Iraque, o qual "deveria ter sido imediatamente dividido em três Estados menores": 2.1) Parte norte do Iraque seria a base do Curdistão, enquanto uma pequena parte seria unificada com a Síria, que perde seu litoral para um Grande Líbano orientado para o Mediterrâneo: “a Fenícia renascida". 2.2) Seria mantido um Iraque sunita no que hoje é o centro do Iraque. Bagdá como cidade-Estado independente ou ligada à ONU. 2.3) O sul xiita do antigo Iraque estrategicamente "formaria a base de um Estado árabe xiita confinando grande parte do Golfo Pérsico". 3) A Jordânia, aliada dos EUA e Israel na região, "reteria seu atual território, com alguma expansão para o sul a expensas dos sauditas. 4) O “Estado não natural” da Arábia Saudita sofreria um desmantelamento tão grande quanto o Paquistão, incluindo a criação de um Estado sagrado para o Islã, reunindo Meca e Medina. 5) O Irã também "perderia um grande pedaço de território para o Azerbaijão Unificado, o Curdistão livre, o Estado árabe xiita e o Baluquistão livre, mas ganharia províncias em torno de Herat, no Afeganistão de hoje". 6) Curiosamente, a Questão Palestina não aparece resolvida. O estatuto da Cisjordânia é "indeterminado", mas o major apresenta Israel sob as fronteiras pré-1967, o que dá uma indicação. ***OBJETIVOS DO REDESENHO DO ORIENTE MÉDIO*** 1) Combater "pela segurança em relação ao terrorismo, pela perspectiva da democracia"; 2) "Pelo acesso aos abastecimentos de petróleo numa região que está destinada a combater a si própria". ***JUSTIFICATIVA*** "Para as massas mundiais, devastadas por informação que não podem administrar ou interpretar efetivamente, a vida é maldosa, brutal (...) e em curto-circuito". Em "todo país e região", essas massas que não podem nem "entender o novo mundo", nem "se beneficiar das suas incertezas (...) tornar-se-ão as inimigas violentas dos seus governos inadequados, dos seus vizinhos mais afortunados, e finalmente dos Estados Unidos". [PRIMAVERA ÁRABE PREVISTA???] O choque que vem aí, portanto, não é realmente acerca de sangue, fé, etnicidade. De modo algum. É acerca do fosso entre os que têm e os que não têm: "estamos a entrar num novo século americano", diz ele numa referência velada ao Projeto da administração Bush. No novo século, "nós nos tornaremos ainda mais ricos, culturalmente mais letais, e cada vez mais poderosos. Nós excitaremos ódios sem precedentes". "Veremos países e continentes dividirem-se entre ricos e pobres numa reversão das tendências econômicas do século XX". Neste contexto, afirma ele, "nós, nos Estados Unidos, continuaremos a ser percebidos como os ricos finais" e, portanto, "o terrorismo será a forma de violência mais comum", juntamente com "criminalidade transnacional, tumultos civis, secessões, conflitos de fronteiras e guerra convencionais". Enquanto isso, "na defesa dos seus interesses", aos EUA "será exigido intervir em algumas destas contendas". E a seguir ele resume tudo isso: "Não haverá paz. A qualquer momento do resto das nossas vidas haverá múltiplos conflitos em formas mutantes por todo o globo. Conflitos violentos dominarão as manchetes, mas as lutas culturais e econômicas serão mais constantes e finalmente mais decisivas. O papel de fato das Forças Armadas americanas será manter o mundo seguro para a nossa economia e aberto para o nosso assalto cultural. Para tais fins, faremos uma razoável quantidade de mortes". O mundo enfrenta a convergência iminente de múltiplas crises globais. Estas crises ameaçam não só minar a base do poder ocidental nas suas atuais configurações militares e geopolíticas como também desestabilizar todos os fundamentos da civilização industrial. Os principais analistas financeiros americanos acreditavam em privado que "um colapso do sistema bancário mundial é iminente em 2008”. Generais americanos ensaiaram repetidamente jogos de guerra numa perspectiva de conflito com o Irã, mas sistematicamente descobriram que as simulações previram "um absoluto desastre nuclear", do qual não emergiria qualquer vencedor claro. Os cenários jogados eram tão funestos que os generais recomendaram a responsáveis da administração que evitassem uma guerra a todo custo.
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 19:48:29 +0000
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