Extraordinário! Divino! Inexplicável! Inspirador! Admirável! - TopicsExpress



          

Extraordinário! Divino! Inexplicável! Inspirador! Admirável! Reconfortante! Essas são apenas algumas expressões que, sem exagero, posso utilizar para contar minha experiência entre os dias 26 e 28 de Julho no Rio de Janeiro, na Jornada Mundial da Juventude. A JMJ Rio 2013 encheu de esperança o meu coração. Fazer parte dessa experiência e ver o rosto jovem da Igreja foi definitivamente marcante nesse mundo onde parte da juventude perde suas referências, onde o relativismo do “tudo pode” reina e os valores cristãos são desprezados e colocados de lado. Tendo já participado de diversos encontros da Pastoral da Juventude, no entanto nunca tive a oportunidade de participar de uma JMJ, não tinha nem ideia de como seria. Mas digo que essa experiência foi a mais marcante. Emocionei-me varias vezes ao presenciar a mostra clara de Cristo na terra, por meio de seu corpo, a Igreja, representada por sua face jovem. O que há de tão Extraordinário, no entanto? Ouvir as palavras do papa Francisco? Participar da adoração ao Santíssimo? Ir a uma Missa, que acontecem todos os dias a menos de um quilômetro de minha casa, no meu próprio idioma? Participar de um momento de formação, disponível, de certo modo, no movimento de que participo ou nos cursos que faço? São todos esses importantíssimos atos, além dos demais que formaram a programação oficial da JMJ, se olhados solitariamente, não parecem ser atraentes para nos deslocarmos até o Rio de Janeiro, por estarem, de certa forma, facilmente disponíveis aqui em nossas paróquias ou nas cidades de boa parte dos demais peregrinos. O prodígio que acontece na JMJ é presenciado na convivência fraterna, amorosa, alegre, entusiasmada de mais de 3 milhões de jovens do mundo inteiro unidos em busca de Deus. “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”. Essa resposta à saudação inicial da Santa Missa ressoa de modo especial em uma Jornada. Extraordinário é entrar em um metrô e começar a conversar alegre e cordialmente com jovens do Chile, dos Estados Unidos, da Argentina, das Filipinas, da Polônia, etc. e, no espaço de tempo de três ou quatro estações, sentir-se o bastante amigos para eternizar esse encontro de irmãos em uma fotografia. É trocar poucas no trem com um jovem de outro estado ou país que nem me lembro de onde era e ficar com o seu olhar de fé e esperança absolutamente encravado no meu coração. Divino é ver a dedicação impressionante dos voluntários, disponíveis a servir aos peregrinos por amor a Cristo, sem receber nada financeiramente. Inexplicável é presenciar tantos jovens, padres e religiosas despojando-se dos confortos, dormindo no chão em sacos de dormir e tomando banho frio em um alojamento que oferece apenas o básico, habituando-se rapidamente, por amor e sem revoltas, a condições de estadia bastante precárias. Inspirador é ver jovens de países como Índia, Paquistão e China cantando o seu amor a Cristo e testemunhando corajosamente uma fé que pode levá-los a serem perseguidos, violentados e até mortos. É presenciar a unidade de fé que se forma em torno do vigário de Cristo, mesmo com as particularidades e dificuldades de cada país e de cada cultura. Admirável é andar pelas ruas e cantar, dançar, confraternizar, mostrar a cara do meu país, gritar o nome dos outros países, trocar lembranças, camisetas, bandeiras, fazer do mundo uma grande família. É ver uma cidade tomada por um verdadeiro mar de fé e alegria. Reconfortante é ver centenas de sacerdotes passando a noite inteira nos confessionários, proporcionando a reconciliação dos jovens com Cristo e consigo mesmos. É ver um sacerdote se confessando com outro em pleno parque público. Todas essas coisas e tantas outras fazem da JMJ uma experiência única de fé, amor e esperança. O mais Extraordinário, para mim, no entanto, foi reservado para o final. O dia de sábado, a vigília da madrugada e a missa de envio na manhã de domingo foram bênçãos de Deus. Permita-me contar-lhes com um pouco mais de detalhes esses momentos. Na praia de Copacabana, depois que foi inviável acontecer os atos no Campus Fidei devido às chuvas, apesar de toda a estrutura montada, o local era estreito, sem muito espaço para conforto. Depois de enfrentar no meio de uma multidão o cainho para se chegar ao lugar reservado ao nosso grupo, alguns de nós resolvemos sair para evitar o sol e para comprar algumas e ir ao banheiro, enquanto outros, numa grande demonstração de amor, submeteram-se a guardar os nossos lugares. Ao voltarmos deparamo-nos com uma multidão que eu jamais havia visto. Entre 3,5 e 3,7 milhões de jovens esperavam o Santo Padre. O número representa a maior concentração realizada em Copacabana, isso considerando reveillon e carnaval, e é só a primeira multidão reunida pelo Papa Francisco no seu pontificado. O horário foi se aproximando e, ao olhar para o céu, haviam diversas gaivotas se concentraram na orla da praia como se preparando para o início do grande evento numa grande dança no céu. discurso. Enquanto isso os jovens gritavam “Esta es la juventud del Papa”. O dia de domingo começou cedo. Acordamos e fomos ao banheiro. No meio de uma quantidade impressionante de pessoas, resolvi prestar atenção nos rostos daqueles jovens que haviam dormido poucas horas, em condições precárias. Era um momento em que falava-se pouco, nem se cantava, mas os rostos entusiasmados, esperançosos e o comportamento observado na fila do banheiro também me emocionaram. Não se ouvia reclamações. Ninguém com a cara fechada. Como era possível tamanho respeito? Como pode uma multidão como essa passar 24h em um lugar fechado e não registrar-se nenhuma ocorrência? O Papa então chegou e desfilou entre nós. A emoção foi muito forte. Não por ver nosso pastor, tão humano quanto nós, mas por ver o representante de Cristo na Terra, capaz de convocar a juventude para um encontro e proporcionar toda a experiência que vivemos. Sim, chorei por ver uma Igreja jovem, viva, que atende ao chamado do seu líder e testemunha a fé para o mundo. Na homilia da missa, ele afirmou a todos que não podemos seguir Jesus fora da Igreja: “Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais. Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, a luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir.” Emocionou-me também em sua mensagem o envio à evangelização. Papa Francisco nos disse: “Jesus não falou: “Vai”, mas “Ide”: somos enviados em grupo. Queridos jovens sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formasse um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta e uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos!”. Sim, estava finalizada a JMJ, hora de voltar para casa, de buscar levar o amor de Cristo para os outros, de testemunhar a fé. Comecei escrevendo esse relato aos meus amigos, lembre-se Francisco não falou nada de novo, somente que a Igreja sempre prega, porém de um jeito novo. Vamos fazer discípulos entre todas as nações. Vamos conosco?
Posted on: Mon, 05 Aug 2013 03:39:24 +0000

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