Foi então que, após um ano e meio, meu telefone tocou. Com uma sequência interminável de mensagens contendo toda a mágoa armazenada durante o período em que houve afastamento. Admito que na hora meu coração acelerou, dei um salto da cama, li e reli várias vezes tudo o que estava escrito. Minha primeira reação foi de xingar, gritar, responder à altura todas aquelas palavras duras. Mas me contive. Analisei os últimos anos e me dei conta do quanto essa ausência fez bem pras nossas vidas, que antes foram sempre tão juntas e dependentes e agora conseguem andar só. Pensei então em responder de forma ponderada, sem expressar raiva ou qualquer tipo de rancor. Mas acabei não fazendo nada. Vi que o que já não tem remédio, remediado está. E se eu aguentei viver um ano e meio em silêncio, é sinal de que posso sobreviver mais alguns tempos. O mais engraçado é que no final das msgs dizia "Ah, e bom dia!". E eu me dei ao luxo de apenas responder mentalmente "Pra ti também. Bom dia!"
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 12:14:30 +0000
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