Hoje, os manifestantes que estão há mais de duas semanas estão acampados no plenário Noêmia Bastos Amazonas, da Assembleia Legislativa, conseguiram fazer com que o presidente dos trabalhos, deputado Gerson Chagas (PRTB), encerrasse a sessão mais cedo. Eles eram muitos e, como sempre, portavam faixas, cartazes e bandeiras, pedindo a abertura da CPI das Terras. Vaiavam os deputados que se opunham a ideia. Por outro lado, como tem feito em todas as sessões ao longo dos últimos 30 dias, o deputado Soldado Sampaio (do PC do B) subiu à tribuna novamente munido de documentos que, segundo ele, comprovariam a grilagem de terras que teria ocorrido por meio do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima). Hoje, Soldado denunciou que uma empresa de transporte escolar e turismo foi beneficiada com mil e quinhentos hectares de terra. “Cada dia que passa aparecem mais coisas absurdas no Iteraima. Em 23 de novembro de 2011 foi dado entrada num processo de regularização de 1.500 hectares de terras às 11h da manhã e, no mesmo dia, já foi concedido o documento de posse, sendo que esse processo tem todo um trâmite que precisa ser obedecido. Inclusive a ida em campo dos técnicos para fazer uma vistoria no sentido de se certificar de que aquela pessoa atende ou não ao critério de uso social da terra. Médicos, odontólogos, fisioterapeutas e até mesmo empresas tiverem terras tituladas em seu nome, o que é mais estranho ainda”, afirmou. Fazendo coro à fala do colega, o deputado Flamarion Portela também pediu a instalação da CPI, pois entende que está claro que houve grilagem de terras em Roraima. “Essa empresa que recebeu 1.500 hectares de terra é do ramo de transporte escolar. Tem outro caso mais escandaloso ainda, que foi a regularização de mais de 10 mil hectares de terra num mesmo dia. Eu nunca vi tanta agilidade no serviço público. Todo mundo sabe que o serviço público é moroso, lento. Então não precisa demonstrar mais nada. O que é que precisa ser evidenciado ainda para que a Assembleia entenda que precisa fazer valer o seu papel fiscalizador e instalar essa CPI?”, questionou. Como os manifestantes vaiavam deputados e gritavam palavras de ordem pedindo a abertura da CPI, o deputado Coronel Chagas encerrou os trabalhos antes do previsto. Ele alegou que não tinha condições de dar continuidade à sessão, com tanto barulho provocado pelos manifestantes. Depois, ao falar com a imprensa, ele disse que os projetos que estavam na pauta de hoje entram na sessão de amanhã. Coronel Chagas disse esperar bom senso dos manifestantes.
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 22:47:51 +0000
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